OPaís
Ouça Rádio+
Qua, 24 Dez 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Ouça Rádio+
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

A decadência da liderança europeia

Jornal OPaís por Jornal OPaís
5 de Setembro, 2025
Em Opinião

Durante séculos, a Europa foi centro de poder mundial. O velho continente não apenas definia o seu próprio destino, mas também irradiava ciência, cultura e modelos de governança que moldaram a geopolítica global. Após as duas grandes guerras e seguida da Guerra Fria, parte desse grande protagonismo foi gradualmente transferido para os Estados Unidos da América e para a União Soviética.

Poderão também interessar-lhe...

Merenda escolar: uma realidade ou exibicionismo discursivo?

Carta do leitor: A sauna

É de hoje…Vandalismo ao rubro

Ainda assim, a União Europeia, sobretudo após a sua consolidação nos anos 1990, buscou afirmar-se como uma potência autónoma com o equilíbrio de poder alinhado à diplomacia, comércio exterior e na defesa dos direitos humanos.

A Europa, diretamente atingida pelo conflito nas suas fronteiras, tem demonstrado ser incapaz de assumir a dianteira na busca por soluções políticas, militares ou diplomática.

Ao contrário do que esperávamos de um bloco que possui uma densidade populacional de mais de 440 milhões e é uma das maiores economias globais, portanto, desde o início da escalada desta guerra em fevereiro de 2022, a postura dos líderes europeus tem sido marcada pela hesitação e pela dependência direita das decisões provenientes de Washington DC. A crise energética expôs essa vulnerabilidade.

Por décadas, a Europa ergueu uma dependência sistémica do gás russo, e a guerra forçou o continente a procurar alternativas de forma precipitada, pagando custos económicos e sócias elevados. A inflação cresceu drasticamente, a competitividade no sector industrial reduziu significativamente e impulsionou negativamente a coesão interna entre as nações europeias, testada ao limite.

O sonho de uma Europa autónoma/um Estado Nação no contexto da política externa, substitui a realidade em que “as decisões estratégicas necessitam alinhar-se aos interesses dos Estados Unidos da América”.

Além da relação com os Estados Unidos, outro elemento reforça a perda de preponderância europeia o avanço da China como um actor relevante na diplomacia económica. Há muito tempo que Pequim posiciona-se como mediador pragmático, enquanto investe vigorosamente em infraestrutura, variados tipos de tecnologias e regência/influência global.

Moscovo, por sua vez, maximiza a divisão europeia para fortalecer sua narrativa de rejeição ao Ocidente. Nessa conjuntura, a Europa fica à margem e torna-se zona de pressão entre grandes potências, ou seja, um campo de batalha geopolítico.

O futuro acordo de paz russo-ucraniano será decisivo para consolidar esse diagnóstico. Se os europeus não conseguirem assumir um papel central no processo de mediação e posteriormente na reconstrução da Ucrânia, correm o risco de fragilizar sua imagem de continente reativo, mas que apenas responde às jogadas estratégicas da Casa Branca e inclusive à do Kremlin.

Se assim for, isso enfraquecerá ainda mais a credibilidade do bloco nos futuros processos de mediador ou com negociador internacional, desde o Oriente Médio, Ásia e até a África, regiões onde nas últimas décadas tem perdido espaço e influência geopolítica. Em última análise, a decadência da liderança europeia poderá tornar-se um dos legados mais duradouros desta guerra.

Um continente que já possui o centro das renomeadas lideranças que tomavam decisões globais, encontra-se hoje em uma posição de vulnerabilidade e ambiguidades estratégicas entre as suas lideranças, reagindo mais do que agindo, e submetendo seu futuro aos interesses de Washington, ao cálculo de Moscou e à ascensão decorrente de Pequim.

O pós-guerra não trará consigo somente o desafio de encerrar as hostilidades na Ucrânia, mas também de responder a uma questão crucial: quais actores redefinirão e consolidarão da ordem internacional do século XXI? Se a Europa não rebuscar/recuperar sua capacidade de iniciativa, o protagonismo poderá escapar-lhe de forma definitiva.

Por: VENCESLAU MÁRIO

Buchareste, Roménia, 2.09.2025 *Diplomata e Presidente da Comunidade Angolana na Roménia.

Jornal OPaís

Jornal OPaís

Recomendado Para Si

Merenda escolar: uma realidade ou exibicionismo discursivo?

por Jornal OPaís
23 de Dezembro, 2025

Alimentar-se de forma saudável sempre foi peculiar para o desenvolvimento integral de todos os indivíduos. Neste âmbito, surge a necessidade...

Ler maisDetails

Carta do leitor: A sauna

por Jornal OPaís
23 de Dezembro, 2025

Caro coordenador do jornal OPAÍS, saudações e votos de óptima terça-feira! A sauna parece inofensiva, aquele calor “relaxante” que promete...

Ler maisDetails

É de hoje…Vandalismo ao rubro

por Dani Costa
23 de Dezembro, 2025

Quase uma semana depois de o Ministério da Energia e Águas ter anunciado que havia um corte no fornecimento de...

Ler maisDetails

Tombar à Patrice Beaumelle

por Jornal OPaís
23 de Dezembro, 2025

O futebol é o desporto-rei. É uma “religião”, pagã ou não, todos cabem na festa da bola. É uma indústria....

Ler maisDetails

Secretário de Estado visita hospital “Reverendo Guilherme Pereira Inglês”

23 de Dezembro, 2025

Bombeiros lançam campanha de sensibilização sobre prevenção de acidentes domésticos

23 de Dezembro, 2025

‎Huíla mobiliza quatro mil efectivos da ordem e segurança no âmbito da operação quadra festiva

23 de Dezembro, 2025

‎BDA “injecta” 55 mil milhões de kwanzas em 2025 para concluir financiamento de projectos

23 de Dezembro, 2025
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Ouça Rádio+

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.