O porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, Nestor Goubel, desafiou os jovens a pautarem pelos hábitos de leitura, de modo a elevarem os seus níveis de conhecimento e compreensão dos factos e acontecimentos à sua volta
O oficial, que falava durante um debate com os jovens na cerimónia que antecedeu a sessão de lançamento oficial da mais recente obra científica do historiador, docente universitário, Josias Satumbo, com o sugestivo título “O Legado de Victor Inaculo Para a Polícia Nacional de Angola (1952 -2021) – Uma Contribuição para a Historiografia Policial Angolana”, destacou a necessidade da nova geração saber dos passos de onde a polícia saiu, onde está, e os passos subsequentes para que se atinja um outro nível, conforme estão a calcorrear.
Nestor Goubel advogou igualmente a necessidade de se criar um museu para a polícia onde se possam encontrar obras, à semelhança de algumas bibliotecas já com alguma expressividade, uma vez que é um incentivo para os polícias, sobretudo aqueles que têm uma certa inclinação para a escrita.
O mesmo reconheceu a necessidade e a importância de se fazer este exercício neste domínio, de modo que a se tenha um maior número de escritores na corporação para enriquecer cada vez mais o ambiente de Segurança Pública. Indagado quanto à percepção e às reações que teve dos jovens no encontro que antecedeu o lançamento da obra, Nestor Goubel considerou positiva a presença massiva da juventude, tendo em conta o ecossistema bastante inspirador criado em torno do debate sobre a referida obra.
“A avaliação é muito positiva, encontrei aqui um ecossistema bastante inspirador para os jovens preocupados com obras do género e a vontade de aprender cada vez mais”, salientou Gobel, destacando a necessidade de se lerem as pessoas, visto que ao interagirmos com elas aprendemos duas vezes mais.
“Temos de ler as pessoas e, quando nós interagimos com elas, quando conversamos, aprendemos duas vezes mais, e o aprendizado é bidireccional. A pessoa que pergunta, com quem falamos, nós aprendemos e elas também aprendem”, disse.
Recordou que este é um exercício que vem fazendo há bastante tempo, e reconhece que com o mesmo, tem crescido e aprendido todos os dias, e que sobretudo ajuda a sentir o ambiente, o que no seu entender nos traz um outro tipo de conhecimento que não aprendemos na escola nem na universidade.
Co-autor de uma obra recentemente publicada
Nestor Goubel, que também é autor do recém-lançado livro com o título “A Influência dos Mídias Sobre a Delinquência Juvenil”, referiu que o volume da sua obra reflecte o actual momento que o país atravessa.
O porta-voz da PN recordou igualmente que o seu livro é a sua perspectiva sobre aquilo que tem observado na sociedade, especialmente na juventude, e que a temática é uma proposta que está a ser preparada para o Ministério da Educação, para que as escolas o tenham no seu currículo, sobretudo na disciplina de Educação Moral e Cívica.
“O objectivo é que as escolas tenham incluído este livro no seu currículo escolar, especialmente na disciplina de Educação Moral e Cívica, devendo as famílias, assim como os órgãos de comunicação social, adquirirem-no para as suas redacções”, sublinhou. Recorde-se que Nestor Gobel é uma figura que desde sempre esteve ligada às artes, à educação e ao desporto.