Músico, produtor e arranjista, Eduardo Paím quer celebrar os 50 anos de carreira com uma tournée pelo país, levando concertos musicais para várias províncias e cidades de Angola, começando pela capital, Luanda
O rei da kizomba, como também é tratado no mundo artístico, Eduardo Paím diz estar a preparar uma pequena tournée para celebrar o seu 50º aniversário de carreira musical, levando a sua música para os vários cantos do país com concertos ao vivo.
Sem precisar ainda uma data específica, o músico avançou que a pequena tournée deverá começar entre final de Outubro ou princípio de Novembro do corrente ano, com Luanda a ser a primeira província a receber o primeiro espectáculo celebrativo.
“Vamos apontar as coisas para, no mais tardar, a partir de Novembro, mas pode ser que aconteça antes, porque o ânimo é grande, o entusiasmo também, e aquilo que nós tivermos já preparado vamos avançar para que possamos levar esta celebração para os quatro cantos do país e do mundo”, avançou o músico em exclusivo ao jornal OPAÍS.
Eduardo Paím sublinhou que tenciona celebrar com o público angolano a todos os níveis e por isso quer levar os concertos para diferentes províncias e cidades de Angola, na intenção de poder “abraçar os fãs” espalhados por todo o país.
Fez saber que, no âmbito das celebrações dos seus 50 anos de carreira, vai trazer ao público não só a sua performance e canções habituais, mas também um pouco das novas tendências musicais que vem experimentando e que acredita que irá conquistar o carinho e apreço dos seus fãs.
“Confesso que às vezes tenho tido dificuldades para impor coisas novas porque as pessoas acabam ficando agarradas ao passado e não me deixam espaço para criar, para inovar, mas quero acreditar que esta será uma boa oportunidade para experimentar um gostinho desta inovação que estou a preparar”, enfatizou.
General Kambuengo, como é carinhosamente tratado pelo público, garantiu que trará como convidados nos seus concertos artistas nacionais e internacionais que se vão juntar a si nos diferentes palcos em que irão decorrer os concertos.
Concertos fora de Angola
A tournée de celebração dos 50 anos de carreira de Eduardo se vão estender também para o exterior do país, como adiantou a este jornal o próprio artista.
“Vai ser uma série de espectáculos que vão desde o interior do país ao exterior do país, aliás, eu venho neste momento do exterior, onde já tenho boa parte dos preparativos organizados para que dentro do prazo definido possamos então arrancar com esta celebração”, garantiu o artista. “Eduardo Paím 50 anos de estrada” será o título da festividade que deverá arrancar dentro de três meses.
De ressaltar que Eduardo Paím foi o único artista convidado ao concerto dos Tabanka Djaz realizado no último fim-de-semana, no CCB, em Luanda e no Espaço Aplausos, no Sequele, província do Icolo e Bengo. Face ao cenário, o artista angolano não descarta a possibilidade de ter o conjunto musical da Guiné-Bissau na lista de artistas convidados para a sua tournée.
Trajectória de Eduardo Paím
Natural de Brazzaville (actual Kinshasa) na República Democrática do Congo (RDC), mas crescido em Luanda, Eduardo Paím é um músico, compositor, arranjista e produtor angolano, que exerceu uma grande influência no circuito musical angolano na década de 80 e princípio de 90.
Um dos mais influentes criadores do gênero musical Kizomba, Paím é tido como um dos mais sonantes artistas do musical nacional, com maior incidência para o referido estilo musical que lhe valeu a atribuição do título de “rei da Kizomba”. Com uma carreira sólida e bem consolidada em Angola e no exterior, Eduardo Paím conta com três álbuns no mercado e vários temas de sucesso.
Discografia
“Luanda, Minha Banda” foi o seu primeiro álbum, lançado em 1991, editado em Lisboa, com o qual ganhou notoriedade no mercado internacional. No entanto, o ponto mais alto da sua carreira foi com a segunda obra, “Do Kayaya” (lançado em 1992).
A obra permitiu ao artista conquistar o seu primeiro “disco de Ouro”, por vendas superiores a 50 mil cópias. Já no terceiro disco, “Kambuengo”, lançado em 2014, consolidou a sua marca no mercado nacional e internacional. A música “Rosa Baila” chegou a conquistar vários prémios e até hoje é considerada uma relíquia da kizomba angolana.