Há momentos que não pertencem apenas ao desporto: pertencem à história. O AfroBasket 2025 está a revelar-se um desses capítulos maiores. Angola venceu todos os jogos da primeira fase, e fê-lo não apenas com técnica e talento, mas com uma chama que transcende o campo. No Namibe, o povo vibrou como só sabe: com calor humano, hospitalidade genuína e um aplauso sem fronteiras.
Cada selecção que desfilou foi saudada, mas quando Angola entrou em campo, o pavilhão transformou-se num hino vivo de identidade e esperança. Ontem, frente a Cabo Verde, vivemos um jogo épico.
O marcador final — 90–80 — é mais do que um resultado: é o reflexo da garra de uma equipa que acredita no impossível e de uma Nação que, unida, empurra os seus atletas para além dos limites.
O Camarote 3, sempre cheio e vibrante, tornou-se palco de encontros, celebrações e símbolos de orgulho nacional. Os bilhetes esgotaram-se porque Angola voltou a acordar cedo para garantir lugar na festa.
E quem tentou sabotar a grandeza do evento com vendas paralelas foi travado pela autoridade — sinal claro de que este AfroBasket é sério, organizado e justo. Este AfroBasket não é apenas uma competição desportiva: é também um ensaio de cidadania colectiva.
O civismo nas bancadas, a alegria partilhada e o respeito entre torcidas mostram que o desporto pode ser um laboratório de convivência social, onde aprendemos a ganhar e a perder juntos, sempre com dignidade.
E não menos importante: este torneio é também uma janela para o mundo. As imagens de um pavilhão lotado, das cores, dos cânticos e da energia angolana correm nas televisões e redes sociais internacionais, mostrando que Angola sabe organizar, vibrar e inspirar.
Estamos a projectar não apenas a força do nosso basquetebol, mas a vitalidade de um País que acredita em si próprio.Este não é apenas um campeonato de basquetebol. É uma afirmação de soberania, de cultura e de unidade.
Angola está mais perto da final, mas já conquistou algo ainda maior: o respeito de África e a inspiração de milhões de jovens que veem no desporto um caminho de superação. Num tempo em que o continente procura pontes mais do que fronteiras, o AfroBasket 2025 mostra que somos uma só voz. E essa voz ecoa: Angola é África, África é Angola. Hoje, aplaudir a nossa selecção é também aplaudir o futuro.
Um futuro que já começou no coração de cada jovem que encheu o pavilhão e sonha mais alto porque viu que é possível. Angola está unida. Somos um só povo, uma só Nação!
Por: EDGAR LEANDRO