Naturalmente, diante de familiares e amigos, os noivos trocam juras de amor e fidelidade eterna. Palavras bonitas, promessas solenes, olhos marejados de emoção, música suave ao fundo… Tudo a indicar que, dali em diante, aquele casal caminhará unido, até que a morte os separe. Uma honra para os noivos. Uma bênção para as famílias.
Um sinal de esperança para a comunidade. Era para ser assim, mas a realidade, esta madrasta dura e directa, vem desmentir o encanto das cerimónias. Na verdade, muitos casamentos de hoje duram menos tempo.
Estão a terminar antes mesmo do casal e os padrinhos terminarem de pagar as dívidas da festa do casamento. Mal acaba o champanhe, começa o desentendimento. Antes mesmo de o fotógrafo entregar o álbum, o amor já está em vias de extinção.
O fim chega tão depressa que parece corrida de táxi: mal se entra, já se está a pegar para sair. Está a ir pausar no cubico da mãe. Kkkk… Eu vou sorrir para não chorar. Mas por quê? O que está a acontecer com os casamentos actuais? Alguns dirão que os tempos mudaram.
E mudaram mesmo. Os nossos pais suportavam anos e anos juntos, não por falta de problemas, mas talvez porque aprendiam, desde cedo, que amor não é só sentir: é decidir. Hoje, parece que a menor dificuldade é motivo para terminar.
Um prato mal lavado, uma mensagem não respondida, um comentário infeliz, qualquer coisa vira desculpa para fazer as malas. Será que os casais actuais enfrentam mais problemas do que os antigos? Ou será que faltou-lhes preparação para lidar com os problemas que inevitavelmente surgem na vida a dois? É preciso reconhecer: o amor romântico foi vendido como um conto de fadas, mas ninguém avisou que o “felizes para sempre” exige trabalho diário, paciência, renúncia, escuta e humildade. Hoje, queremos tudo rápido, leve, e sem esforço.
Como se o casamento fosse um pacote de internet: se não funcionar bem nos primeiros dias, cancela-se o contrato. Não se trata de defender relações tóxicas ou de romantizar sofrimentos antigos. Mas também não podemos fingir que tudo se resolve com separação. Há quem confunda liberdade com fuga, e amor com adrenalina.
O problema não é querer ser feliz — é não saber o que isso realmente significa. Talvez estejamos a precisar de menos selfies a dois e mais conversas a dois.
Menos alianças nas redes sociais e mais alianças na vida real. Menos exigência sobre o outro, e mais trabalho interior sobre nós próprios. O casamento nunca foi uma maratona fácil, mas era (e é) possível chegar longe. Há quem manteu… e há quem manteigou mesmo. Mas a questão é: e tu, vais manter ou vais manteigar?
Por: LUDIJÚNIOR DIAS