Garimpeiros de diversas partes do país, com idades compreendidas entre 15 e 60 anos, inclusive estrangeiros, chegam diariamente em diversas localidades da pr víncia do Uíge com o intuito de explorar ouro, à margem das normas que regulam a actividade mineira. Apesar dos riscos, o negócio é apetecível, visto que uma grama de ouro chega a custar mais de 100 mil kwanzas. O fenómeno se regista com maior incidência nos municípios do Songo, Negage e Ambuila e as autoridades locais tentam, sem sucesso, travar
A procura insaciável por uma pepita de ouro começa ao amanhecer. Para tirarem maior proveito da luz do dia, alguns garimpeiros se instalaram já no meio da mata, em tendas improvisadas com lonas de plástico, outros há que, residindo nas redondezas, ainda têm o “privilégio” de regressar à casa, ao cair da noite.
A vontade de vencer é enorme e a única coisa que a trava é somente a doença, quer seja resul- tante de acidente de trabalho ou da exposição de uma vida difícil nas matas, conforme pode constatar a equipa de reportagem na localidade de Cangunda, no município de Negage.
Para ter acesso às lavras transformadas em campo de garimpo, o visitante deixa o carro na estrada asfaltada que dá acesso à sede desta regedoria e caminha, descendo uma montanha pela mata adentro. Uma mata que está nas proximidades da estrada Uíge/Negage, por via da aldeia do Tange.