A Casa Museu Óscar Ribas, em Luanda, acaba de abrir a jornada comemorativa do 116.º aniversário natalício do seu patrono, com um leque de actividades em torno da vida e obra do escritor e etnólogo Óscar Ribas
A jornada, enquadrada na celebração do 50.º Aniversário da Independência Nacional, incidiu na apresentação do novo director da instituição, Nelson Pinto, seguido de uma visita guiada aos diferentes compartimentos do museu, culminando com a apresentação dos seus parceiros e recitais em torno da “Vida e Obra”, do escriba.
As actividades que se prolongarão até ao dia 19 de Outubro próximo, com uma série de atracções, contemplam conferências em torno da “Vida e Obra” do escritor, recitais, bem como a apresentação de uma obra inédita de Óscar Ribas, cujo título permanece em segredo.
A agenda comemorativa inclui também o anúncio da reedição de duas prestigiadas obras do autor, “Wanga” e “Missosso”, por terem sido muito procuradas, não só por estudantes de literatura, antropologia e outras disciplinas, mas também por investigadores, entre outras individualidades.
O director da instituição, Nelson Pinto, destacou, na ocasião, a importância do evento, manifestando a total disponibilidade da sua equipa em apoiar os visitantes, no que aos seus serviços diz respeito.
O responsável referiu que, no quadro desta jornada comemorativa, a família do escritor procederá também à entrega à referida instituição da recém-outorgada Medalha de Desenvolvimento, a título póstumo, no âmbito da comemoração do 50.° aniversário da Independência Nacional, pelo Presidente da República, João Lourenço, bem como o referido certificado.
O responsável recordou que, além do lançamento da obra inédita, serão também apresentados alguns manuscritos deixados por Óscar Ribas para o conhecimento público. “Estamos todos envolvidos em prol da realização dessas actividades, e temos ainda nesta senda, o lançamento do livro do nosso Patrono.
Trata-se de uma obra inédita, a que se juntarão alguns inscritos deixados pelo autor, numa sessão de grande relevância a realizar-se no mês de Novembro”, disse.
Questionado quanto às obras mais procuradas por estudantes e outras entidades naquela instituição museológica, o director afirmou que, pelo movimento registado, são “Missosso” e” Wanga – Feitiço”, “Tudo isso Aconteceu”, entre outras, o que implica da referida instituição uma reedição em breve.
“De certo modo, os estudantes estão num movimento corrente e têm solicitado bastante as obras do escritor Óscar Ribas, e nós, aqui na Casa Museu, temos sempre o direito de fazer chegar todas as informações aos escritores, aos estudantes, aos fazedores de arte, e a todos que nela se reveem”, realçou Nelson Pinto, acreditando que todos esses elementos estão interligados, fazendo com que as obras de Óscar Ribas sejam sempre lidas e ouvidas com muita frequência ao nível dos seus parceiros no país e no estrangeiro.
Já no que se refere à aquisição e distribuição de obras do autor, nos diferentes estabelecimentos de ensino e instalações do país, Nelson Pinto realçou que a Casa Museu Óscar Ribas ainda não tem obras reproduzidas para dar suporte aos estudantes que acorrem ao local.
Visitas ao museu e ao acervo
Em relação ao nível de visitas efectuadas à instituição nos últimos anos, o responsável afirmou que a Casa Museu tem recebido um elevadíssimo número de gente, tendo as últimas situado-se na ordem dos mais de 500 visitantes.
O destaque de visitas neste domínio recai, sobretudo, sobre os estudantes de História, Literatura, turistas, escritores e jornalistas. Junta-se a este, uma variedade de retratos fotográficos, seguindo-se gravuras e um material inédito, de onde provêm algumas informações para o livro que estará nos próximos dias à disposição dos estudantes e dos leitores.
O escritor
Óscar Ribas, de nome completo Óscar Bento Ribas, foi escritor, poeta, jornalista e ensaísta. Nasceu em Luanda, a 17 de Agosto de 1909 e faleceu a 19 de Junho de 2004, em Cascais, Portugal.
Etnólogo, Óscar Ribas foi também considerado fundador da Ficção Literária Angolana, tendo iniciado a sua actividade literária ainda como estudante do Liceu.
O escriba foi autor de grandes obras literárias como Uanga – Feitiço (romance folclórico, 1969), Ilundo – Espíritos e Ritos Angolanos (1958, 1975).