A recente vaga de violência que se seguiu à greve dos taxistas iniciada a 28 de Julho pôs em causa a imagem internacional de Angola, segundo dizem alguns analistas membros da sociedade civil organizada. “A repressão policial”, o número de mortes e o caos urbano registado em várias províncias lançaram dúvidas sobre a capacidade do Estado angolano em garantir segurança, dialogar com os cidadãos e respeitar os direitos humanos, afirmam
“O que ficou na rua não foram só pessoas. Foi também a imagem de Angola. Um governo que não sabe gerir os seus próprios conflitos não pode ensinar sobre paz além-fronteiras”, afirmou Álvaro Daniel, secretário- geral da UNITA. Em tom crítico, o também deputado responsabilizou directamente os serviços de segurança, a comunicação social pública e o Ministério do Interior pelo colapso do controlo social e institucional nos últimos dias de Julho.
Álvaro Daniel foi peremptório ao afirmar que “os serviços de segurança falharam”. “Já tínhamos antecedentes em 2021 no Benfica e em 2024 no Huambo. A polícia devia ter actuado de forma preventiva. Não o fez”, disse o parlamentar. Segundo ele, a ausência de policiamento nas zonas de concentração permitiu o alastramento da violência, num erro estratégico que custou vidas humanas e danos materiais avultados”, acrescentou.
Em reposta às declarações do ministro Manuel Homem, que falou sobre possíveis infiltrados, Álvaro Chikwamanga Daniel referiu: “Se houve infiltrados, são deles, do MININT. Queriam sabotar a greve para culpar os taxistas. Mas perderam o controlo da situação”, denunciou o dirigente da UNITA, argumentando que a tentativa de incriminar os organizadores da greve se transformou num desastre humanitário.
Leia mais em