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Gilberto Simão: “O grande empresário cria cinco empresas fictícias e toma os fundos que deveriam ir para as pequenas empresas”

Jornal OPaís por Jornal OPaís
28 de Julho, 2025
Em Entrevista
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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Gilberto Simão: “O grande empresário cria cinco empresas fictícias e toma os fundos que deveriam ir para as pequenas empresas”

CARLOS MOCO

Estagnada, dependente de importações e com o diálogo institucional praticamente inexistente — é assim que Gilberto Simão, presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias de Angola (AAIPA), descreve o actual estado do sector. Em entrevista ao OPAÍS, o responsável denuncia a falta de apoio real à produção nacional de trigo, a concentração do comércio em mãos estrangeiras e a má gestão dos projectos do Governo. Para ele, sem diálogo e políticas estruturadas, a indústria de panificação não poderá contribuir de forma significativa para a diversificação da economia e para a segurança alimentar do país. Aponta ainda o dedo a grandes empresas que, no seu entender, travam o acesso ao crédito que deveria ser destinado às pequenas e médias unidades

Como avalia hoje a saúde do sector da panificação em Angola? Está a crescer, estagnado ou a regredir?

O sector da panificação em Angola está estagnado. Basta ver os preços do pão. A cadeia de produção não se desenvolve porque vivemos de importações. Enquanto isso acontecer, não há crescimento real. Para desenvolver, o Governo precisa de apoiar mais a produção nacional, começando pela principal matéria-prima: o trigo. Angola tem potencial para a produção de trigo — já existem estudos suficientes. O que falta é apoio institucional, apoio para que o agricultor produza trigo. Recentemente foi suspenso o licenciamento para importação de farinha de trigo. Essa medida não ajuda a indústria local? É importante não confundir farinha de trigo com trigo. Uma coisa é trigo; outra é farinha de trigo. A farinha não devia ser importada, porque temos capacidade de a produzir localmente. O ministro da Indústria fez bem ao proibir essa importação. Mas estamos a falar do trigo, que ainda é 95% importado. Gastamos entre 300 a 400 milhões de dólares por ano com isso. Se reduzíssemos esse valor em 20%, estaríamos já a poupar entre 60 a 80 milhões de dólares. E quase todo o comércio está nas mãos de estrangeiros. Isso representa um risco muito grande. O país está a depender de quem não tem interesse em investir cá dentro.

O que é preciso, então, para co- meçarmos a produzir trigo localmente?

O Governo precisa de limitar a importação de trigo em 20 a 30%, para fomentar a produção interna. Precisamos de financiamento para máquinas de desmatação, correcção de solos, sementes… Só isso. Em quatro meses, temos o trigo que queremos. Já tivemos mais de 50 pequenas moageiras no país, que fomentavam a produção com apoio directo ao agricultor. Isso precisa de voltar. A terra já temos. Portanto, o seda panificação está estagnado porque vive de importações. E só se desenvolve quando a sua principal matéria-prima for produzida em Angola.

Então, um dos maiores entraves do sector é o acesso ao financiamento?

Exactamente. O problema não é a falta de fundos. O Governo tem bons programas e projectos, como o FADA e o FACRA. O problema está na execução. Estes fundos são canalizados para os bancos comerciais, que não têm sensibilidade para lidar com micro, pequenas e médias empresas. Os bancos impõem muitas exigências — uma delas são garantias reais, que a maioria desses empresários não tem. Por isso, os grandes acabam por captar os fundos destinados aos pequenos. O Governo precisa de procurar apoio para implementar esses fundos através das as- sociações. O Governo tem um parceiro, que se chama associação. Nós mobilizávamos os filiados do sector para criar cooperativas polivalentes. Existem muitas nuances que inviabilizam esses projectos que nunca chegam a quem deveriam chegar. É este o diálogo que precisamos ter com o nosso Governo, para o ajudar a implementar com êxito os programas de desenvolvimento económico e social.

POR: Stelvia Faria

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