Vivemos numa geração acelerada, sedenta por visibilidade, seguidores e fama instantânea. A chamada geração do mundinho — e grande parte da actual — ainda vive na “caverna”, no sentido platónico do termo: vê apenas sombras e ilusões, sem despertar para a realidade o seu verdadeiro valor.
É certo que alguns já descobriram o próprio brilho, mas a maioria ainda se perde na ânsia por reconhecimento imediato, sem respeitar o processo. Esta geração corre atrás de fama a qualquer custo, mesmo que isso signifique pôr de lado os seus princípios.
Esquecemo-nos de que não há glória sem processo (No pain, no gain!) e, quando não respeitamos esse elemento primordial — processo — acabamos por carregar um peso de “se eu soubesse…” pelo resto da vida.
A pressa em alcançar resultados rápidos revela, muitas vezes, uma crise de identidade, porque quem não conhece o seu valor acaba por aceitar qualquer moeda em troca da sua dignidade.
Outros, por verem certas imagens e vídeos nas redes sociais, sentem-se motivados de imediato a terem o que outros têm. Até um certo ponto chega a ser bom. Mas atenção: “nem tudo que parece ser é”.
A franca construção exige tempo, disciplina, consistência e propósito. Como o renomadíssimo filósofo Platão nos ensinou com o Mito da Caverna, muitos vivem cegos, apegados a aparências e resistem à luz do conhecimento. Não corra atrás de fama ou reconhecimento até ao ponto de fazer coisas ilícitas, nocivas e que vão de encontro aos seus valores.
A melhor forma de obtermos reconhecimento e de alcançarmos o que tanto aspiramos é trabalhar, trabalhar e trabalhar. Mas, atenção! Não trabalhe para ter o que tanto almeja, mas, sim, trabalhe até obter o que tanto almeja. Pode até parecer que ninguém está a ver você, mas, lá bem no abismo, há gente inspirando-se em você e a consumir o seu conteúdo.
Em 2023, mal decidi banir um dos meus grupos de Língua Portuguesa no faceebok por achar que ninguém o valorizava, recebi mensagens de várias pessoas me pedindo para não o excluir. Mais tarde, surgiu até uma proposta de trabalho por causa dos conteúdos postados no grupo e no meu perfil.
Quero com isso dizer que deve focar no processo, respeitando todas as etapas e lembre-se: VOCÊ NÃO ESTÁ ATRASADO, ESTÁ SENDO PREPARADO. Há duas formas de estar no topo: ou o Estado põe você lá ou o povo.
Dentre essas duas estratégias, a segunda é a mais poderosa, porque emerge da aceitação genuína. Quando o povo ergue você, até os “altamentes” começam a prestar atenção. Por isso, não quebre o processo.
Decifra os seus códigos. Honra os seus ciclos. Portanto, sempre que se sentir ultrapassado e/ou vencido, lembre-se da filosofia do milho de pipoca: todos os grãos vão ao mesmo tempo à panela, recebem a mesma temperatura, porém não estouram ao mesmo tempo.
Por: DANIEL KAPINGALA









