Os adeptos com quem este jornal privou recorrem ao passado para sustentar que, nos últimos tempos, um número considerável de presidentes estava mais preocupado em se servir do clube, que vai disputar o Girabola 2025/2026, do que, propriamente, trabalhar para o bem-estar da agremiação. Advertem, por isso, António dos Santos, eleito, na terça-feira, com 95 por cento dos votos, que não vê no clube proletário o meio para satisfação de objectivos pessoais
Alguns aficionados não citam nomes de presidentes, mas afirmam que o clube chegou ao actual, embora tenha já regressado à primeira divisão, devido à acção de alguns dirigentes que tinham a agremiação como meio para satisfazer os seus interesses pessoais.
Essas práticas foram, em certa medida, devastando o emblema, daí ter havido oscilação em termos de permanência no Girabola, Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão, conforme explicaram.
O 1.º de Maio volta ao Girabola em meios a escândalos de suspeita de corrupção, envolvendo o treinador principal, Águas da Silva, penso pelo Conselho de Disciplina de Futebol Angolana de Futebol (FAF), e com as águas como que agitadas, em virtude da renúncia ao cargo de presidente por parte de António Costa, obrigado a que os sócios e adeptos tivessem deliberado, em sede de assembleia-geral, a realização de eleições antecipadas.
António dos Santos quer um clube a ombrear em pé de igualdade com os outros, sendo que, para tal, já se afigura essencial a disponibilização financeira.
António dos Santos deixa subjacente a ideia de que tal não vai constituir, em princípio, um problema, tendo, recentemente, garantido, em declarações à imprensa, ainda nas vestes de candidato, ter à disposição mais de um milhão de dólares.
A expectativa de adeptos e sócios, que, no dia do pleito, se fizeram à sede do clube, na rua Domingos Doó, é que o homem que se segue seja capaz de proporcionar alegria aos aficionados.
“Porque, quando o 1.º de Maio estava fora do Girabola, nós ficamos órfãos”, lembrou o adepto Agostinho Conga, ao realçar que muitos adeptos passaram por humilhações e, por conta disso, se entregaram “às mãos alheias”, numa implícita alusão ao arquirrival Wiliete, que acabou por ter o apoio de muitos adeptos do clube.
O também sócio acusa alguns dirigentes de terem fingido gostar do clube, mas, quando os adeptos deram por si, eles se tinham aproveitado do clube. “Para serem servidos e não para servir”, considera, depositando, agora, confiança no novo presidente, que foi candidato único.
“Que ele pragmatize a sua intenção. Agora a nossa participação no Girabola 2025/2026, prova que arranca em Setembro, está assegurada. O 1.º de Maio, tal como nós sabemos, é a nação”, vangloriou-se. Micaela Chilombo, adepta há mais de 20 anos, diz ter o 1.º de Maio no coração e foi empurrada pelo pai a gostar e para cuja academia de andebol se entregou.
Trabalho é a tónica na alocução da jovem adepta, defendendo, de resto, cooperação por parte de outros membros de direcção, de modo que o emblema se torne grande outra vez.
O adepto Mário Sachi também alinha no diapasão de que, desta vez, se olhe mais para o clube em detrimento de interesses pessoais, ao ter garantido que, da parte dos adeptos, o novo inquilino há-de ter o apoio de que precisa para o ciclo olímpico 2024/2028.
António dos Santos: “objectivo é resgatar a mística do clube”
Em declarações à imprensa, o novo presidente do 1.º de Maio de Benguela, António dos Santos, assegurou que o seu objectivo, agora, é resgatar aquilo a que chama de “verdadeiro 1.º de Maio: forte e competitivo”, tendo traçado como meta a manutenção na maior festa do futebol angolano.
António dos Santos, que toma posse neste sábado, 25, admitiu ter pela frente enormes desafios, todavia o homem manifesta-se confiante, bastando, conforme projectou, que haja trabalho em equipa.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela