Em entrevista exclusiva ao jornal OPAÍS, o presidente da primeira Associação Provincial de Futebol de Icolo e Bengo (APFIB), Noé Sotto Maior, aborda a agenda que vai cumprir no ciclo 2025/2028. O dirigente lamenta a falta de infra-estuturas desportivas, em particular para o desporto-rei, nas terras do primeiro Presidente da República, Dr. António Agostinho Neto
Depois de ter tomado posse, na terça-feira, qual será a primeira actividade da sua direcção?
Obrigado à MediaNova, em particular ao jornal OPAÍS, por ter-me dado essa oportunidade de falar um pouco daquilo que é a primeira Associação Provincial de Futebol de Icolo e Bengo (APFIB). Antes de mais, queria fazer uma introdução naquilo que foi a eleição. Em verdade, foi um processo um tanto quanto conturbado, mas os homens conseguem e sempre dão a volta daquilo que são as divergências e as adversidades. Logo, dizer que foi um processo de coragem, os membros da minha lista se entregaram, ou seja, foi um processo onde as pessoas deram tudo de si para atingir aquilo que são os objectivos da nossa Associação.
Considera uma vitória agridoce?
Claro que sim, porque foi, no meio do processo, tivemos alguns problemas que não desenharam bem, que não foi bom para o nome da província de Icolo e Bengo, mas pronto, são os homens e os homens procuram sempre ultrapassar, como eu disse, as adversidades. Dizer que nós neste mandato temos como previsão ou temos como pilares aquilo que é a transparência, queremos trazer aqui a formação do quadro, estou a falar de formação de treinadores, falar de formação de árbitros, estou a falar de formação de dirigentes desportivos e todos os entes do desporto. Dizer também que é sempre um processo, nós associação assumimos, mas não temos uma sede social própria onde podemos desenvolver as nossas actividades. Aliás, é um dos nossos primeiros objectivos a serem realizados.
Como a APFIB pode fazer para conseguir a sede social?
Para isso, vamos contactar outros parceiros, estou a falar no caso do Governo Provincial e outros entes de desporto, estou a falar de empresários, estou a falar daqueles que estão directamente ligados à actividade desportiva no futebol propriamente. E depois daí partimos com aquilo que são as acções concretas, aquilo que é o desporto, que é o futebol. Logo, também posso dizer que pretendemos realizar campeonatos competitivos, torneios competitivos, torneios que podem saudar e levantar ou alavancar o nome da província de Icolo de Bengo para podermos atrair aquilo que são os investimentos.
Durante a campanha eleitoral prometeu trabalhar para que a província possa ter uma equipa no Girabola.Pode explicar melhor essa pretensão?
Bom, nesse quesito posso dizer que não é propriamente nós que temos que tomar a iniciativa disso, acredito que devem ser os clubes, logo os clubes devem se pronunciar, aqueles que têm intenção maior, intenção de fazer mais. Então, nós estamos aí para dar o nosso apoio incondicional. Posso tirar o exemplo, já ouvi falar, mas isso não é oficial, já ouvi falar da equipa do Dimbwela, que se propõe esta época, que tem um projecto em que eles pretendem jogar a segunda divisão e posteriormente chegar até a primeira divisão.
Como a Associação vai ajudar o Dimbwela ou uma equipa à chegar ao Girabola?
Vamos apoiar, vamos apoiar com todo o nosso espaço, com todos aqueles, com todos os bens materiais que devemos poder apoiar, porque também para nós vai ser sempre algo muito, é sempre gratificante ter uma equipa na primeira divisão. Logo dizer que se é em pretensão do Dimbwela ou outro clube, então nós estamos aqui para dar o suporte necessário, para dar o nosso apoio a fim de que eles atinjam os seus objectivos.
Será que a província já está preparada para ter uma equipa no Girabola, uma vez que é uma competição financeiramente muito exigente?
Eu acho que essa pergunta devia ser dirigida para a própria direcção do Dimbwela, né? Logo, visto que quem vai arcar com todas as despesas inerentes ao processo vai ser o Dimbwela. Mas nós, como eu disse, digo aqui, passa a expressão, vamos dar todo o nosso apoio, que será incondicional.
Pode explicar melhor?
Nós queremos fazer diferente, queremos, por exemplo, se já o Dimbwela ou outro tem intenção, nós só temos que apoiar, porque é sempre uma mais-valia uma província estar representada com um clube no Campeonato Nacional da primeira divisão de futebol, porque nós sabemos qual é a envolvente toda do futebol ou do desporto, do futebol em particular. O futebol traz, já traz turismo, certo? E a província nova precisa disso. Logo, então, nós estamos aí, estamos todos inseridos, e a sociedade toda vai estar imbuída naquele que é o projecto das equipas que se propõem a entrar ou a chegar até a primeira divisão do futebol, do vulgo Girabola.