O grupo teatral Eros-Arte exibe em estreia, no dia 26 do corrente mês, no auditório-2 do Horizonte Njinga Mbande, a peça “Entre linhas e limites (Revelações)”, em sessão única, às 19h30
De género dramáticotrágico, a peça traz um dilema ético e sentimental dramatizado na vida de um jovem que, entre o processo de recuperação de um grave acidente e o regresso à sua rotina normal, acaba se apaixonando pela sua fisioterapeuta que, por sinal, é também mãe do seu melhor amigo.
Paulo, jovem de vinte poucos anos, vivendo o melhor da sua mocidade, é desafiado por uma circunstância dramática, mas que o leva a sentir-se cada vez mais vivo, por dentro e por fora, com um incontrolável que o consome de maneira extraordinária.
Na busca de sentido e afecto, Paulo vê-se enredado numa paixão inesperada. Dividido entre o desejo e o senso de responsabilidade, vive um dilema entre o sentimento, emoções e ética ou moral, encurralado numa situação que coloca a sua amizade de longa data em risco, além de arriscar-se ao desprezo dos seus familiares por querer ter como esposa uma senhora que tem idade de ser sua mãe.
A história ganha outros contornos quando, entre confissões e tentativas atrapalhadas de revelar a verdade à família e ao amigo, Paulo descobre um passado oculto de sua apaixonada Constância, a mulher que ama um romance com seu pai na época da faculdade.
“Entre linhas e limites” é uma peça teatral que busca explorar os conflitos internos que acontecem na vida de um jovem, que podem ser motivados por questões endógenas (sentimentos, desejos, emoções) ou exógenas (moral, ética ou padrões de conduta social), como explicou Áureo Jorge, porta-voz do grupo.
Segundo o mesmo, a peça, escrita por Wilson da Costa, surge no intuito de convidar o público a uma reflexão sobre as situações que nos desafiam a tomar decisões difíceis que conflituam com o nosso interior, onde a ética e a moral entram em choque com os sentimentos e emoções.
Áureo Jorge considera que é daquelas peças teatrais em que o público é convidado a atirar suas próprias conclusões em função do desenrolar da cena. No entanto, sublinha que a intenção é poder criar um ambiente de descontração e ao mesmo tempo de reflexão, onde cada um pode tirar alguma lição ou aprendizado daquilo que observar da peça.
“É uma peça que vem para entreter, mas também levar as pessoas a uma reflexão sobre uma situação complexa, mas que às vezes pode ser semelhante às que cada um de nós vive ou esteja a enfrentar no seu quotidiano”, disse o jovem actor.
Acrescenta que “nem sempre poderemos ter e fazer aquilo que quisermos”, por esta razão a peça faz referência à citação bíblica de que “tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém”.
Elenco jovem e promissor Com a duração de uma hora e meia, a peça é protagonizada por um elenco de cinco jovens actores talentosos e com passos promissores no mundo das artes.
Trata-se nomeadamente de Sérgio Quaresma, Esperança Daniela, Ivanylta, Lucas Vunge e a participação especial de Nito Biu Bau, este último não faz parte do grupo teatral, mas aparece como actor-convidado.
Após a exibição do Horizonte Njingambande, a peça será exibida em outros palcos do teatro a nível da capital com datas a anunciar, como garantiu o portavoz do grupo, Áureo Jorge.
Sobre o Grupo teatral Eros Art é um grupo teatral fundado em 2023 por um grupo de jovens actores formados em teatro pelo Horizonte Njinga M’Bande, e tem como presidente e roteirista Sérgio Quaresma.
“Entre linha e limites” será a segunda peça a ser estreada pelo grupo neste ano, sendo que em Março passado o grupo estreou a peça “Os mortos não precisam de flores”, igualmente no auditório Njinga M’Bande.