OPaís
Ouça Rádio+
Seg, 22 Dez 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Ouça Rádio+
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

África: não convidada, mas protagonista no Brics 2025

Jornal OPaís por Jornal OPaís
11 de Julho, 2025
Em Opinião

A poeira baixou sobre o Rio de Janeiro, palco da XVII Cimeira do BRICS em Julho. Enquanto o mundo analisava as declarações finais e os desdobramentos geopolíticos entre os gigantes do bloco, um elemento crucial emerge para nós, africanos: a presença robusta e estratégica de nações do nosso continente não foi um mero aceno protocolar, mas um sinal claro do papel indispensável que a África desempenha – e pretende ampliar – na reconfiguração da ordem global.

Poderão também interessar-lhe...

O quê que não é um substantivo?

Carta do leitor: Asky, um embuste aéreo?

É de hoje…Nandó, o homem que só faltou ser presidente

A escolha do Brasil como anfitrião não foi casual neste momento. Historicamente ponte entre continentes, o país trouxe para a mesa não só os países africanos membros (África do Sul, Egipto e Etiópia), mas abriu as portas com destaque para vozes africanas. Países como Angola, Nigéria e Uganda, entre outros, não estiveram à margem.

Estiveram no centro dos debates cruciais: comércio, financiamento de infra-estruturas, segurança alimentar e energética, e a eterna luta por uma governação multilateral mais justa.

Qual é o significado profundo desta presença massiva e activa?

O BRICS, aspirando a ser um contrapeso ao G7, sabe que o seu projecto só ganha legitimidade e força real com a África. Somos o continente do futuro: maior população jovem, recursos naturais estratégicos inigualáveis, mercados em explosão. A cimeira no Brasil confirmou que o “Sul Global” só se ergue verdadeiramente com a África como coluna vertebral, não como coadjuvante.

O continente é rico em minérios, petróleo, gás e terras férteis. Mas a cimeira evidenciou uma evolução no discurso. Os líderes africanos presentes, incluindo representantes angolanos, não se limitaram a oferecer recursos. Exigiram – e começaram a concretizar – parcerias que impulsionem a industrialização, a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de infra-estruturas críticas.

O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS (NBD) tem de ser fortemente pressionado – e sinalizou compromissos – para financiar projectos transformadores em energia, transportes e conectividade digital em solo africano, gerando empregos e valor acrescentado local. A África do Sul, membro pleno, reforçou o seu papel de advogada dos interesses continentais dentro do núcleo duro do bloco.

Mas igualmente significativa foi a postura assertiva de países convidados, como Angola. A defesa clara de mecanismos comerciais mais favoráveis, a ênfase na segurança energética sustentável e a necessidade de investimentos em capacitação técnica demonstram uma diplomacia africana mais confiante, capaz de negociar de igual para igual, pautando agendas e não apenas reagindo a elas.

A menção específica aos corredores logísticos da SADC e ao potencial de Lobito durante os encontros bilaterais não passou despercebida. A guerra na Ucrânia e as tensões geopolíticas globais escancararam os riscos da dependência excessiva.

Para Angola e seus parceiros africanos, o BRICS oferece uma rota vital de diversificação económica e política. Aprofundar laços com as potências do bloco – cada uma com as suas particularidades – significa ampliar opções de mercados, fontes de investimento e tecnologia, reduzindo a vulnerabilidade a choques externos e pressões unilaterais. A cimeira serviu para tecer esta rede de alternativas mais robusta.

A cimeira do Rio foi um palco poderoso, mas palcos são efémeros. O verdadeiro significado da nossa presença só se materializará na acção consequente. Cabe agora aos nossos governos: Negociar agressivamente os detalhes dos financiamentos do NBD, garantindo projectos viáveis, transparentes e alinhados com as nossas prioridades nacionais e continentais (Agenda 2063); Criar capacidade produtiva interna para aproveitar eventuais quotas ou facilidades de acesso aos mercados do BRICS, indo além da exportação de commodities; Coordenar posições africanas antes das próximas cimeiras, transformando a nossa representatividade numérica em poder de negociação coeso.

A mensagem do Rio é clara: o BRICS precisa da África tanto quanto a África pode precisar do BRICS. Não somos meros espectadores do rearranjo global. Somos – ou devemos ser – arquitectos activos do nosso próprio destino.

A cimeira no Brasil foi um capítulo importante nessa caminhada. Cabe a nós, africanos, escrevermos os próximos com a coragem e a clareza estratégica demonstradas nas margens da Baía de Guanabara. O futuro multipolar exige – e merece – uma África no leme, não apenas a bordo.

Por: ALEXANDRE CHIVALE

Jornal OPaís

Jornal OPaís

Recomendado Para Si

O quê que não é um substantivo?

por Jornal OPaís
22 de Dezembro, 2025

Todas as coisas que existem têm nomes, e aliás, até as que não existem têm. Os nomes são, de modo...

Ler maisDetails

Carta do leitor: Asky, um embuste aéreo?

por Jornal OPaís
22 de Dezembro, 2025

Começou bem, com serviços de invejar. Pontualidade. Boas refeições. Rotas intra-africanas que resgataram o orgulho do continente. Tinha sinais de...

Ler maisDetails

É de hoje…Nandó, o homem que só faltou ser presidente

por Jornal OPaís
22 de Dezembro, 2025

Quem o via inicialmente, durante a fase do conflito, quando Angola buscava de forma desenfreada a paz definitiva, tinha quase...

Ler maisDetails

Nandó, adeus!

por Jornal OPaís
22 de Dezembro, 2025

Angola vai hoje despedir-se de uma grande figura, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”. Filho deste país. Durante anos...

Ler maisDetails

Militar detido por suposto envolvimento na morte de um taxista

22 de Dezembro, 2025

Governadora da Lunda-Norte reafirma fortalecimento da agricultura familiar em 2026

22 de Dezembro, 2025
DR

Eduardo Camavinga chega a Luanda

22 de Dezembro, 2025
DR

Fernando da Piedade Dias dos Santos sepultado no Alto das Cruzes

22 de Dezembro, 2025
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Ouça Rádio+

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.