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Engenheiros e sentimento de superioridade

Jornal OPaís por Jornal OPaís
9 de Julho, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
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Apreendidas nove armas de fogo e detidos mais de cem suspeitos

Vivemos numa sociedade onde os títulos académicos exercem grande influência na forma como as pessoas se percebem e são percebidas pelos outros. Ter um diploma universitário, especialmente em áreas consideradas difíceis ou prestigiadas, como a Engenharia, é muitas vezes visto como sinal de inteligência elevada, competência e até status social.

Dentro desse contexto, não é raro encontrar estudantes ou profissionais formados em Engenharia que se sentem superiores intelectualmente em relação a pessoas que não tiveram acesso à formação académica ou que se formaram em áreas consideradas “menos exigentes”. Essa atitude pode ter várias origens. Primeiro, devemos reconhecer que o curso de Engenharia realmente exige muito dos estudantes.

É um curso com uma carga horária pesada, disciplinas complexas como cálculo, física, estatística e outras áreas técnicas. Para concluir essa formação, é necessário esforço, dedicação e um certo nível de raciocínio lógico e disciplina. Isso faz com que muitos se sintam orgulhosos — o que é natural —, mas alguns extrapolam esse orgulho e desenvolvem um senso de superioridade.

Além disso, o discurso social e familiar reforça esse comportamento. Desde cedo, ouvimos que quem faz Engenharia, Medicina ou Direito está entre “os melhores”. Isso cria uma pressão e uma expectativa que se refletem na forma como os próprios estudantes se veem e avaliam os outros. É como se os que não entraram nesses cursos, ou não se formaram, estivessem em uma posição inferior.

Por outro lado, é necessário lembrar que existem diferentes formas de inteligência e que o sucesso de uma pessoa não depende apenas do tipo de curso que ela faz.

Existem pessoas com habilidades incríveis em áreas práticas, criativas, emocionais ou sociais que não possuem formação académica, mas são altamente competentes e inteligentes. A universidade desenvolve algumas capacidades, mas não define o valor total de um indivíduo.

A verdadeira inteligência se manifesta também na humildade. Um engenheiro que reconhece o valor de outras profissões e respeita quem não teve as mesmas oportunidades demonstra maturidade e sabedoria.

O diploma deve ser motivo de responsabilidade, não de arrogância. Ninguém é melhor do que ninguém por causa do curso que fez, e sim pelo caráter, pelas atitudes e pelo modo como contribui para a sociedade.

Portanto, devemos promover uma educação que ensine não apenas fórmulas e teorias, mas também valores como respeito, empatia e colaboração.

O mundo precisa de engenheiros, mas também de agricultores, artistas, professores e tantos outros que, com ou sem diploma, fazem a diferença todos os dias Quando falo desse tema, não é para criticar todos os estudantes ou formados em Engenharia.

Eu mesmo reconheço que muitos engenheiros são humildes, respeitadores e colaboram com todos, independentemente do nível de escolaridade. O problema está naquele grupo que, por ter um diploma ou um título, passa a se achar melhor do que os outros.

E isso, sinceramente, é algo que precisa ser discutido. A inteligência não está apenas no que aprendemos dentro de uma sala de aula. A vida também ensina. Há pessoas que nunca entraram numa universidade, mas que têm sabedoria de vida, sabem lidar com as pessoas, resolvem problemas no dia a dia e tomam decisões importantes sem precisar de fórmulas ou equações.

Eu costumo dizer que ser inteligente não é saber tudo, mas sim saber conviver, aprender com os outros e reconhecer que ninguém sabe tudo sozinho. Já vi pessoas com doutorado tratando os outros com arrogância, e vi pessoas sem formação ensinando com humildade e sabedoria.

Por isso, o verdadeiro valor de uma pessoa não está no diploma, mas no caráter. Outro ponto que devemos lembrar é que nem todos têm as mesmas oportunidades. Há jovens muito inteligentes que não puderam estudar por falta de dinheiro, apoio familiar ou condições de vida.

Isso não os torna menos capazes ou menos valiosos. Pelo contrário, muitos desses jovens têm força de vontade, criatividade e coragem para enfrentar desafios que um engenheiro formado talvez nunca enfrentou. Infelizmente, a sociedade ainda olha muito para o “título” e pouco para o “ser humano”.

Quem estudou Engenharia pode, sim, ter um conhecimento técnico que é importante, mas isso não lhe dá o direito de desvalorizar o outro. O engenheiro é necessário, claro.

Mas também precisamos do pedreiro, do mecânico, do agricultor, do enfermeiro, do motorista e de tantas outras pessoas que fazem a sociedade funcionar. Então, se você é estudante ou formado em Engenharia, ou em qualquer outro curso, lembrese: o que vai te diferenciar não é só o que você sabe, mas como você trata os outros.

O mundo está cansado de pessoas que se acham melhores. O que precisamos é de gente que sabe colaborar, escutar, aprender e ensinar com respeito.

Por: SAMUEL PEDRO

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