A Tecnair torna-se na primeira organização aeronáutica do país a fazer gestão de manutenção, planeamento e logística dos helicópteros da Força Aérea Angolana da frota AW109 e AW139. A empresa pretende evoluir para a manutenção de aviões da aviação civil
Segundo o administrador da Tecnair, Brandão Ramos, que falava durante a inauguração do hangar da empresa, esta semana, pelo ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, a Tecnair já investiu mais de 2 milhões de euros na formação dos actuais técnicos e prevê recrutar mais estudantes do curso de engenharia do Makarenco nos próximos tempos.
Certificada como Approved Maintenance Organization(AMO) atribuída pelas autoridades aeronáuticas nacionais, em conformidade com as directrizes da International Civil Aviation Organization(ICAO), a empresa está ligada a indústria aeronáutica e actua em Angola há 10 anos, sucedendo da antiga Ermec.Brandão Ramos assegurou que a empresa que lidera, possui oito engenheiros e 42 técnicos de manutenção aeronáutica, tendo explicado que a Tecnair tem um investimento total em infra-estruturas e equipamentos avaliado em mais de 10 milhões de dólares. Entretanto, o empresário lamentou a falta de apoio do Estado.
“A Tecnair tem um investimento feito apenas pelos sócios, em um montante superior a 10 milhões de dólares. Nunca tivemos nenhum apoio, nenhum adiantamento do Estado, andamos sempre na dívida”, lamentou.
O proprietário da Tecnair afirmou que a sua empresa já vendeu um total de 16 helicópteros, dos quais seis helicópteros da Força Aérea Angolana, seis na Bestfly e quatro na Sonair.
Promete, em breve, vender aviões de asa fixa, e que até fim de 2027 vai ter 47 helicópteros e mais recrutamentos de novos técnicos. “A Tecnair não vai ficar só pelos helicópteros, o nosso próximo passo é evoluir para os aviões de asa fixa, mas em toda aviação civil.
Até 2027 vamos ter 47 helicópteros e nos próximos tempos absorver mão-deobra, formar jovens que terminam o Makarenco. Nós inauguramos a primeira organização de manutenção aeronáutica em Angola”, disse.
Redução de custos
Já o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, assegurou que a inauguração do hangar da Tecnair representa um marco para a consolidação do sector aeronáutico nacional e uma soberania técnica em manutenção de helicópteros, aviões e infra-estruturas aeroportuárias.
Para Ricardo de Abreu a primeira organização de manutenção aeronáutica não tem apenas um impacto na capacidade operacional e de resposta, mas também a nível dos custos toda actividade aeronáutica no país.
Ricardo de Abreu reforçou que faltam no país, os centros de treinamentos devidamente aprovados e certificados, para a nova geração de profissionais de aviação civil. Sem adiantar números, o ministro afirmou que a empresa vai permitir redução de custos no que diz respeito a manutenção dos helicópteros e posteriormente dos aviões e de todo equipamento aeronáutico, recordando que até então, a manutenção dos helicópteros tem custado muito ao Estado.
“A redução de custos é óbvia, porque a manutenção das nossas aeronaves ou dos equipamentos aeronáuticos é feita lá fora, temos que os transportar daqui para fora, temos que levar as peças para poder acompanhar esse processo”, avançou. Acrescentou que “a partir deste momento isso é tudo feito em Angola, com técnicos angolanos. Foram criados empregos, novas carreiras de profissionais aeronáuticas”.
A inauguração do hangar da Tecnair, localizada na base militar do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, contou com a presença do ministro do Interior, Manuel Homem, generais e diversas entidades oficiais, representantes do sector aeronáutico e parceiros institucionais.
Por: Rita Fernando