O Governo Provincial de Cabinda e a GEMCORP ANGOLA assinaram, nesta cidade, um Acordo de Parceria com vista a promover acções de formação técnico-profissionais para jovens locais que deverão prestar serviços não só na refinaria de Cabinda, que está a ser implantada na localidade de Malembo, como também em outros projectos em execução na província
O acordo de cooperação foi rubricado pela governadora provincial de Cabinda, Susana de Abreu, e pelo Administrador da GEMCORP ANGOLA, Arsénio Chicolomuenho, e contou com a presença de representantes institucionais, parceiros locais e membros da comunidade local.
O objectivo do referido acordo é reforçar a capacidade do capital humano da província, no quadro de um compromisso conjunto para o desenvolvimento sustentado de Angola, numa visão partilhada de transformar Cabinda num centro de excelência para a qualificação profissional.
Os quadros a serem formados no âmbito desse protocolo, muitos deles serão colocados no projecto da Refinaria de Cabinda em execução, um investimento estratégico que marca uma nova etapa para o desenvolvimento da província, quer ao nível industrial quer social.
O administrador da Gemcorp Angola, Arsénio Chicolomuenho, disse que, no âmbito da implementação do projecto da Refinaria de Cabinda, a Gemcorp concebeu e assumiu, em parceria com a Sonangol e com o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, um programa para promover a formação profissional dos jovens residentes na província de Cabinda.
No âmbito do protocolo de cooperação assinado, de acordo com Arsénio Chicolomuenho, o Centro de Formação do Caio, em Cabinda, adstrito ao Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), vai ser reabilitado e reequipado para conferir melhores condições de ensino e aprendizagem.
Assegurou que a Gemcorp, no quadro da sua responsabilidade social, vai promover outros conteúdos formativos para que o mercado de Cabinda possa ter jovens capacitados com formação especializada para, não só atender as necessidades do projecto de Refinaria de Cabinda, mas todos outros projectos que estão a ser implementados na província, tornando assim o mercado local competitivo do ponto de vista de formação.
Para Arsénio Chicolomuenho, a parceria da Gemcorp com a Sonangol, através do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, reflecte o compromisso da empresa com o futuro de Angola.
“Acreditamos que a formação profissional é uma das alavancas mais eficazes para o desenvolvimento económico e social, e estamos empenhados em dotar os jovens de Cabinda com os instrumentos necessários para liderarem essa transformação”, sublinhou.
Por seu turno, a governadora de Cabinda, Suzana de Abreu, considerou que o projecto de formação vai aumentar o nível de capacitação da juventude e dar também as competências aos jovens que precisam conseguir um bom emprego.
“Um homem capaz de ter um bom emprego vai dar uma melhor renda para a sua família e, consequentemente, podemos, assim, edificar uma sociedade com pessoas comprometidas e capacitadas”, referiu Suzana de Abreu, acrescentando ser ainda muito mais importante a formação técnico-profissional de base, porque ensina as pessoas a saber fazer e a ter habilidades e “não apenas a ter diplomas, mas a resolverem os assuntos de base.” “Está na hora de termos mais carpinteiros, serralheiros e instrumentistas.
É no centro de formação do Caio que vamos fazer história em Cabinda, numa formação anual de um número elevado de jovens que vamos poder capacitar. O apoio institucional do governo provincial de Cabinda está garantido”, ressaltou.
Para a governadora Susana de Abreu, ao se colocar a formação profissional no centro da política pública, “estamos a investir nas pessoas, a preparar a juventude para os desafios do futuro e a criar bases sólidas para o progresso e a inclusão. Esta parceria representa um passo decisivo nesse sentido.”
Formação de mais de cinco mil jovens
Nos termos desta parceria, promovida pela Gemcorp, a Sonangol e o governo de Cabinda, o Centro de Formação do Caio, sob tutela do Governo local, vai ser integrado no Programa de Desenvolvimento Profissional.
O programa prevê a formação de mais de 5.000 jovens e adultos angolanos por ano em áreas técnicas prioritárias, com uma abordagem prática e orientada para as exigências reais do mercado de trabalho.
Esta parceria contempla ainda a reabilitação integral do Centro de Formação do Caio, designadamente a modernização das infraestruturas, instalação de equipamentos actualizados e revisão dos conteúdos pedagógicos, alinhados com elevados padrões de qualidade e eficácia.
O Director Nacional do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional, INEFOP, Manuel Mbangui, disse que, com a assinatura do protocolo, torna-se necessário adequar a acção formativa do Centro Profissional do Caio para aquilo que são as exigências do sector petrolífero, essencialmente, e para a indústria no seu todo.
“Vamos trabalhar na revisão curricular com o apoio da Gemcorp, com os especialistas que vão alocar no projecto que poderão ajudar os nossos formadores na actualização dos planos curriculares e todo conteúdo programático”, referiu.
Outra dimensão da intervenção, acrescentou, está ligada às alterações que estão a ser feitas no centro de formação do Caio, com a reabilitação das infra-estruturas, bem como o seu reequipamento com meios e materiais necessários para garantir que a formação decorra a bom ritmo.
Segundo o Director Nacional do INEFOP, as acções formativas serão estruturadas num prazo de curta duração, ou seja, um a três meses, muito focadas a nível das componentes práticas com uma carga horária de formação prática de 80 a 90% e apenas 10 ou 20% de teoria para garantir que as pessoas que saírem dessa formação consigam se inserir no mercado de trabalho com melhores chances.
“Outro aspecto importante que reputamos nesse protocolo é que a formação, apesar de estar muito focada nas questões de competências, habilidades e atitudes para o exercício de uma actividade profissional, estamos a completar essa formação com componentes ligados ao empreendedorismo para garantir que essas competências que eles vão absorver ao longo do processo formativo se possam traduzir na capacidade deles empreenderem para aqueles que puderem identificar oportunidades de negócios nas diferentes áreas”, expressou Manuel Mbangui.
O director nacional do INEFOP mostrou-se preocupado com a inclusão das mulheres no processo formativo, de tal modo que, ao nível das atribuições de apoio às mulheres, “vamos fazer uma campanha dirigida para atrair mais mulheres a fazer o curso técnico no quadro de um processo que o INEFOP vem fazendo sobre o empoderamento feminino.”
Como parte do compromisso de cooperação alargada, vai ser também efectuada a reabilitação do auditório da Escola Liceu de Cabinda, criando-se, assim, um espaço multifuncional vocacionado para actividades educativas, formativas e eventos ligados ao projecto.
Por: Alberto Coelho, em Cabinda