O Presidente da República, João Lourenço, encontra-se na cidade de Sevilha, no sul de Espanha, onde vai participar, hoje, segunda-feira, 30, na 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU)
Na qualidade de Presidente em exercício da União Africana (UA), função que exerce desde Fevereiro deste ano, o Presidente da República, João Lourenço, vai discursar em nome dos 55 Estados-membros da organização continental, numa das sessões de alto nível do encontro, que junta os líderes mundiais para debater os mecanismos de financiamento mais justos e sustentáveis para os países em desenvolvimento.
Ao todo, 29 Chefes de Estado confirmaram s presença na cimeira da ONU em Sevilha, entre os quais 11 provenientes do continente africano. O encontro é visto como uma plataforma essencial para a reformulação da arquitectura financeira mundial, num contexto de crescentes desigualdades, crises climáticas e aumento do endividamento nos países mais vulneráveis.
A Conferência da ONU e os Desafios do Financiamento para o Desenvolvimento
A 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento acontece num momento crítico da agenda internacional, com a maioria dos países em desenvolvimento – particularmente os africanos – a enfrentarem severas restrições financeiras, baixa capacidade de mobilização de receitas internas, juros elevados da dívida e dificuldades de acesso ao financiamento climático.
Este processo multilateral foi iniciado com a histórica Conferência de Monterrey (México, 2002), que deu origem à chamada Agenda de Monterrey, centrada na mobilização de recursos internos, ajuda externa (AOD), comércio justo, fluxos financeiros internacionais, sustentabilidade da dívida e reformas sistémicas.
A mais recente iniciativa global relacionada, o Fórum sobre Financiamento para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, reafirma o papel dos Estados e das instituições multilaterais na construção de soluções equitativas visando o financiamento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), até 2030.
Neste quadro, a presença do Presidente João Lourenço como voz unificada de África insere-se num esforço político-diplomático mais amplo da União Africana para exigir maior representatividade nas decisões universais e justiça económica internacional, como o acesso a financiamento em condições favoráveis e maior participação africana nas instituições financeiras multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial.