O Governo dos Estados da América manifestou o interesse de replicar o Corredor do Lobito em outros países de África, por ser um projecto estratégico para o desenvolvimento do continente – sinalizou a presidente e CEO do Conselho Corporativo em África, Florie Liser, que falava em conferência de imprensa, na quinta-feira, 26, no Lobito. Por sua vez, o alto responsável da Agência de Assuntos Africanos dos EUA, embaixador Troy Fitrell, reiterou o interesse no projecto, sublinhando que o Presidente Trump “ama” o Corredor do Lobito
Membros do Governo Norte-americano deram nota, em conferência de imprensa, num dos terminais do Porto do Lobito, que decorrem as negociações para desbloqueio dos mais de 500 milhões de dólares, ao terem reafirmado o firme interesse no corredor do Lobito.
O embaixador Troy Fitrell desmontou a tese, avançada por alguns segmentos, que apontava para uma descontinuação de grande parte dos acordos assinados pelo antigo Presidente Biden.
A delegação do Governo dos Estados Unidos da América visitou infra-estruturas económicas de Benguela, dentre as quais o Complexo Industrial da Carrinho, Porto Comercial do Lobito e CFB, estas últimas são consideradas objectivos estratégicos para o corredor do Lobito. Troy Fitrell esteve à frente de uma delegação integrada também por agências bancárias do seu país.
Puseram-nos ao corrente das potencialidades do corredor do Lobito. Aliás, não fossem os Estados Unidos o principal financiador de um projecto que adentra em países encravados, ou seja, sem saída para o mar, com destaque para a RDC.
Um outro projecto visitado pela delegação é o parque fotovoltaico, no município do Biópio, a maior no país, para cuja construção os Estados Unidos da América abriram os cordões à bolsa e, de lá, retiraram mais de 200 milhões de dólares, permitindo instalar 188.9 megawatts de capacidade instalada.
Em conferência de imprensa, no término da visita de algumas horas, a presidente e CEO do conselho corporativo dos EUA para África, Florie Liser, considerou o corredor um modelo, daí ter manifestado o interesse do Governo do seu país em replicar o projecto.
“Essa estratégia visa alcançar um modelo que nós podemos, depois, transportar para os outros países em África”, vincou a responsável. À frente de uma instituição que está no mercado há cerca de 32 anos, Liser salientou que a visita ao “importante” projecto do corredor do Lobito foi a melhor forma que o Governo dos EUA encontrou para fechar em grande a Cimeira de Negócios, que juntou, em Luanda, empresários de todo o mundo.
Desmontada tese com «amor» de Trump por corredor
O alto responsável da Agência de Assuntos Africanos dos EUA aproveitou para esclarecer o curso dos acordos assinados para o corredor do Lobito, na era Biden, levando segmentos económicos e políticos a sustentar a tese de acordo com a qual estes seriam descontinuados.
Fitrell Liser explica que, quando Donald Trump, que chegou à Casa Branca em 2024, assumiu o poder, apenas descontinuou projectos de que não gostavam e, por conseguinte, não se enquadravam nas políticas dos EUA, mas “Administração Trump ama o corredor do Lobito”, realçou.
Ele desmonta a tese de cépticos, ao considerar que esses estão “completamente errados. Eles sabiam, a priori, que estavam errados”, acrescenta. O diplomata questiona as razões de esses segmentos terem levantado aquilo que considera falsidades.
“Nós estamos com o Lobito. Todos os parceiros internacionais estão com o Lobito e nós vamos continuar aqui no Lobito”, vincou o embaixador, frisando que o financiamento de biliões postos à disposição pelo Governo do seu país visa tão-somente assegurar o bemestar social e económico de África.
CFB e Porto querem mais investimentos
Os presidentes dos conselhos de administração do Porto do Lobito e do CFB, Celso Rosas e António Cabral, respectivamente, defenderam a necessidade de os empresários americanos continuarem a apostar seriamente no projecto do corredor do Lobito.
O PCA do Porto do Lobito sustenta que os Estados Unidos «transmitem confiança», daí ter sugerido que alarguem a sua presença. O responsável do CFB comungou da ideia, tendo dado nota de que, neste momento, está em curso uma concessão de trinta anos com a Lobitic Atlantic Railway, que, no seu ponto de vista, está a ser muito bem-sucedida. Presença transmite confiança.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela