Angola acolhe desde ontem a cimeira económica Estados Unidos da América e os países africanos, na qual se estão a abordar os contornos para o desenvolvimento económico do continente berço, com a participação de diversos actores políticos e económicos, numa troca de experiências com a maior potência mundial
O empresário Valdemar Ribeiro, que actua no ramo industrial, reconhece a importância do evento que vai juntar os homens de negócios e políticos da maior potência do mundo, aos actores da vida económica de África em Angola, porém, reconhece a necessidade de se prestar uma maior atenção ao empresariado local, com vista ao seu desenvolvimento e sustentabilidade.
Para Valdemar Ribeiro, o evento insere-se na diplomacia económica que tem vindo a ser desenvolvida pelo Governo Angolano, particularmente pelo Presidente da República, João Lourenço, para o engrandecimento do país.
O também economista afirmou que a economia angolana só poderá crescer se houver um maior volume de importações de todos os produtos feitos em Angola, se estes estiverem na forma acabada.
“O Governo promove reuniões e encontros querendo atrair investimentos estrangeiros para Angola e parece haver uma diplomacia económica neste sentido. Os produtos feitos em Angola só podem ser exportados para qualquer mercado, incluindo o da SADC, se tiverem qualidade e preços competitivos”, reforçou.
Explicou que, do contrário, tornase um esforço em vão por parte daqueles responsáveis que realmente se esforçam no sentido de desenvolver Angola de forma sustentada.
Por outro lado, o interlocutor afirmou que a exportação não é a única solução para os problemas económicos de Angola, tendo dito que é necessário haver outras saídas para este objectivo. “Exportar em bruto não é a solução, como se sabe desde já centenas de anos, pois, não traz desenvolvimento.
É preciso exportar produtos acabados, com mais valia, pois, só assim há ganho real para o país, mas estes produtos acabados têm de ter qualidade e preços competitivos” recomendou.
Proteger as marcas regionais
O economista e empresário Valdemar Ribeiro disse recentemente na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, ser necessário proteger as marcas regionais, com vista à protecção do empresariado local em todo o país.
No seu entender, a melhor maneira que uma marca tem para garantir seu padrão de qualidade, e assim poder abastecer o mercado nacional de excelência e ser exportado, passa pela criação de regiões demarcadas.
Para Valdemar, é urgente e este assunto já vem sendo discutido há alguns anos, sendo necessário proteger as marcas regionais de excelência para que sejam exportadas para mercados mais exigentes, onde não entram por falta de selo de qualidade de origem.
Valdemar Ribeiro revelou que os empresários nacionais, sérios e responsáveis, são os mais interessados em que os produtos acabados, produzidos no seu país ou importados, cumpram com as regras mínimas de qualidade.
“Se não, as empresas que buscam trabalhar com mais qualidade são as mais prejudicadas e dificilmente conseguiriam exportar devido à má fama dos produtos feitos em Angola e o selo made in Angola nada vale”, rematou.
Por: João Katombela, na Huíla