Foi no decorrer da Apresentação Nacional de Empresas de Saneamento Básico, realizada no último fim-desemana, que Karelia Costa, directora nacional de educação ambiental do Ministério do Ambiente, afirmou que, em Angola, as queimadas têm vindo a aumentar nos últimos tempos devido ao tráfico de marfim a que estão associadas.
O Ministério do Ambiente, como garante, tem estado a trabalhar junto do Ministério do Interior para combater tais acções. “No interior do país, em zonas rurais, o Ministério do Ambiente tem levado a cabo acções de sensibilização da população, com vista a perceberem a importância de darem valor às práticas costumeiras, e a preservarem o seu património cultural.
Karelia frisa que práticas como a caça estão enraizadas no dia-adia das pessoas, porém isto tem levado ao empobrecimento das populações das zonas rurais, por conta desta acção praticada de forma desmedida e sem o controlo de que espécie está em extinção.
“A população urbana também acarreta certa responsabilidade neste cenário, uma vez que é a principal consumidora dos animais caçados. Sendo assim, é necessário que esta diminua o consumo excessivo (de alimentos originários da caça)”.
Karelia realçou ainda a Estratégia Nacional de Educação Ambiental, cuja finalidade é contribuir para o processo de educação e sensibilização das populações, pelo que uma das metas do sector ambiental a nível do país é que 50% da população possa, “de forma proactiva”, aderir ao sistema de gestão de resíduos e reciclagem.
“Dia após dia, podemos dizer que Angola, e Luanda em concreto, precisa estar limpa. Isso só será possível quando nós, cidadãos angolanos, percebermos que tanto a reciclagem como a gestão de resíduos têm origem nas nossas casas, daí a necessidade de educar as pessoas sobre que resíduo deve ser descartado, como descartá-lo, para onde vai, de que forma deve ser ensacado e como podemos reduzir tal resíduo”, disse.
Diante de tais acções, a directora nacional da educação ambiental do Ministério do Ambiente afirma que o principal desafio é mudar a mentalidade das pessoas, pois, como se tem constatado, o ser humano degrada o seu ambiente, e é preciso que se leve cada vez mais o conhecimento às pessoas, a saberem como o ambiente se processa, quais são os fenómenos e de que forma é que se deve agir para não pôr em causa a própria sobrevivência humana.