Lavar a louça deve ser um dos exercícios mais birrentos que existem para os mais novos. Em muitos lares, mesmo os mais experimentados, alguns dos seus integrantes ficam sempre enfurecidos quando lhes calha tal tarefa, pior ainda naqueles dias em que avolumam, sobremaneira, os comensais.
Há quem o ache prazeroso. Dizem. Os mais habituados falam de um certo ritual em que se começa pelo mais fácil, até chegar-se aos difíceis. Já escutei muitos dizerem que o momento em que se lavam as panelas parece ser o mais terrível, principalmente quando nestas tenham sido confeccionados alimentos que, um dia depois, exigem alguma destreza na lavagem. Ainda assim, é sempre do mais fácil que se parte para depois se encarar o mais difícil.
Aliás, trata-se de um procedimento que acabamos por implementar em muitos momentos da vida, nas acções do dia-a-dia e até naquelas mais sensíveis nas grandes empresas. Há, sim, assuntos que acabam por ser mais complexos que outros. Mesmo que a olho nu nos possam indicar que tenham alguma perplexidade, mais o que se observa em muitas partes do mundo, onde também estamos inseridos, leva-nos a acreditar que, com alguma sabedoria e técnicos correctos, são resolvidos.
Luanda é uma província de mil problemas. Projectada inicialmente para albergar pouco menos de um milhão de cidadãos, cresceu de tal modo que se acredita que tenha hoje, nas suas terras, mais de 10 milhões, uma cifra que não terá sido muito abalada, apesar da separação de alguns territórios que conformam a nova província de Icolo e Bengo. E a mobilidade é um dos principais desafios da cidade capital.
Embora pouco se fale nela, há uma economia de trânsito que nos permite aferir os prejuízos causados pelos enormes engarrafamentos e outros constrangimentos causados nas estradas. Muitos destes constrangimentos estão associados à falta de semáforos em determinados pontos de Luanda, uma situação estranha que já vai levantando muitas interpretações, até mesmo em zonas nobres que mereciam um tratamento distinto. Instalar ou reparar semáforos não deveria ser um bico-de-obra nos dias que correm.
Em que a tecnologia é cada vez mais avançada, havendo até entre nós, nas escolas técnicas, estudantes que vão apresentando projectos que teriam alguma serventia se ouvidos fossem. Luanda deveria, nesta fase, preocupar-se com as situações primárias, associadas ao aumento do fornecimento de água, energia eléctrica, serviços de saúde, segurança e outros que exigem um esforço suplementar. E não mais nos questionarmos sobre o que se passa com os semafóros que, em muitas partes do mundo, deixou até de ser problema para as autarquias.