Com o objectivo de reforçar a diversidade cultural como eixo estratégico para o desenvolvimento e a cooperação internacional, foi realizada a 5ª Conferência dos Ministros da Cultura da Francofonia, entre os dias 22 e 24, em Quebec, Canadá.
Neste encontro, Angola foi representada pela Secretária de Estado da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, onde os participantes destacaram o impacto das tecnologias digitais na transformação das práticas culturais, dos modos de criação e dos circuitos de consumo.
O evento também remeteu à Cúpula de Blincotteret, realizada em 2024, na qual Chefes de Estado e de Governo apelaram ao fortalecimento da Organização Internacional da Francofonia (OIF) na promoção da acessibilidade e da diversidade linguística, assim como no incentivo ao uso do francês na formação em inteligência artificial e na produção de conteúdos culturais, educativos e científicos.
Ao intervir nas mesas-redondas, a Secretária de Estado destacou o papel de Angola no contexto cultural internacional, sublinhando os esforços do Executivo na consolidação da cultura como pilar do desenvolvimento sustentável.
“Estamos a reforçar a indústria cultural e criativa com políticas voltadas para a valorização dos criadores, regulamentação dos direitos autorais e modernização das infraestruturas culturais.
Apostamos na empregabilidade digital, com foco na capacitação de jovens e mulheres em áreas como produção audiovisual, design gráfico e gestão de conteúdos online”, afirmou Maria da Piedade.
A dirigente reconheceu os desafios enfrentados pelo sector cultural em Angola, como o acesso desigual entre zonas urbanas e rurais, a escassez de dados estatísticos e o limitado financiamento. Em resposta, destacou projectos em curso que promovem a inclusão social, como centros culturais comunitários, microfinanciamento para jovens criadores e parcerias estratégicas com países membros da Francofonia.
No fim dos debates, os participantes aprovaram uma Declaração dos Ministros da Cultura da Francofonia, coordenada pelo Ministro da Cultura de Quebec. O documento reforça a necessidade de mecanismos operacionais mais flexíveis e políticas culturais adaptadas à evolução tecnológica, promovendo o diálogo multilateral e a capacitação dos agentes culturais no seio da Francofonia.