Os artistas do estilo reggae queixam-se de nunca serem convidados a participar dos grandes festivais de música que acontecem no país por alegados preconceitos por parte dos organizadores e promotores dos respectivos espectáculos
Vários artistas fazedores do estilo reggae, que participaram do festival “Angola Reggae Night”, realizado no último sábado, 10, no Palácio de Ferro, em Luanda, afirmam serem vítimas de exclusão dos grandes festivais de música que têm acontecido nos vários cantos do país, sobretudo em Luanda.
Em declarações ao jornal OPAÍS, os ‘reggae men’, como são designados os fazedores deste estilo musical, dizem estar a ser constantemente deixados de parte quando se trata de festivais de música de dimensão nacional ou provincial sem qualquer justificativa ou razão plausível por parte das entidades organizadoras dos referidos eventos.
“Não conseguimos entender por que nunca somos chamados também para estar na Baía, nos Coqueiros e noutros shows como os outros artistas. Sempre que há estes grandes eventos, nunca nos convidam.
Parece que não somos importantes para a cultura nacional”, reclamou Tony Black Jah Nzambi, artista de reggae. O mesmo, que se dedica a este musical há mais de 20 anos, diz não compreender as razões desta postura que considera discriminatória por parte das organizações dos espectáculos musicais.
Jah Nzambi apela à mudança de postura das organizações e à intervenção das instituições do Ministério da Cultura para que o cenário venha a mudar e que o estilo tenha a mesma aceitação que outros no musical nacional.
Por sua vez, Agostinho Sanjambela, artista deste estilo há 34 anos, entende que a música reggae deve ser vista como um estilo oriundo de África e que devia ter melhor aceitação em relação a outros que nasceram noutros continentes e foram se proliferando pelo mundo.
O artista, proveniente da província de Benguela, reforça que a exclusão do reggae é um acto de rejeição daquilo que é originalmente africano, sublinhando que é dos poucos estilos que até hoje preserva as raízes culturais do continente berço em todos os sentidos.
“Este é o estilo da mãe África, é a cultura que nos representa e quando as pessoas rejeitam, elas estão a rejeitar as suas próprias origens enquanto africanos”, considerou o artista da província da Huíla.
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