Promotores de eventos desafiaram, na cidade do Lobito, em Benguela, jornalistas de distintos órgãos de comunicação a promover o estilo musical jazz tanto quanto fazem em relação a outros estilos musicais. Sandro Barbosa, organizador de um espectáculo que se realiza hoje, quarta-feira, 30, Dia Internacional do Jazz, que tem Afrikanita como músico cartaz, sugere a necessidade de, fundamentalmente, televisões e estações radiofónicas passarem a destinar parte considerável de tempo de antena ao jazz
Os promotores admitem que o estilo musical não é tão consumido quanto os outros, daí ter sugerido o envolvimento de jornalistas para a sua promoção, não fosse aquele considerado como estilo elitista.
É líquido que, nos dias que correm, se faz pouco no que se refere à promoção do estilo musical, para além de ter, igualmente, reconhecido a existência de poucos praticantes.
Frank Yeokana, director artístico de evento, não tem noção do quadro do estilo musical no sul do país, porém adianta que, pelo menos em Luanda, o jazz tem um movimento bastante considerável que, no seu ponto de vista, se tem vindo a consolidar cada vez mais.
Nesta senda, conforme sublinha, a perspectiva é a de levar esse quadro salutar para outras províncias, com destaque para as do sul.
«Eu, particularmente, estou engajado em fazer com que Benguela também possa ser uma província consumidora desse estilo. Veja que o jazz veio de África, tem nossas raízes e, sendo património africano, nós temos de procurar resgatar», defende o músico.
Os promotores do estilo musical sentem que, em termos de patrocínio, se tiver que comparar com outros estilos, tem ficado muito aquém do desejado.
Porém, Yeokana salienta, neste particular, que a continuidade do estilo depende, em grande medida, dos jornalistas, ao ter sugerido que se reserve tempo de antena a estilo de música, de modo a incuti-lo na mente dos cidadãos. «Se não, nós vamos também desistir.
Não vamos fazer investimento que depois não tem retorno», frisou. Para Sandro Barbosa, proprietário do Restaurante Luna, o tempo de antena de «play list» disponíveis ao longo do dia contempla pouco espaço para jazz, ao ter advertido que os jornalistas são responsáveis pela cultura musical da população. «Se no vosso tempo de antena só colocarem um género musical, a população vai ouvir só esse género. Se forem ecléticos e darem tempo de antena aos mais diversos géneros musicais, a própria população acaba por adquirir uma cultura diferente», considera.
Em relação ao concerto, circunscrito no âmbito do projecto Luna Ocean Club Band», Sandro Barbosa disse que traz hoje a conceituada cantora Afrikanita, por ter um público muito vasto de seguidores, e prevê, para essa sua terceira edição de concerto de jazz, ter uma casa de mais de 300 pessoas.
Ele convida as pessoas para, no dia 30 de Abril, dedicado internacionalmente ao jazz, estarem presentes e poderem ver tocar instrumentalistas e tecladistas da dimensão do conceituado Beny.
A terceira edição vai ser festejada também a pensar nos 50 anos da independência nacional. Sarissar e Boto Trindade são, entre outros músicos, que vão subir ao palco para abrilhantar a noite desta quarta-feira.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela