Diferentes associações provinciais de pesca reclamam da melhoria das condições de
vida de milhares de trabalhadores e famílias que vivem da pesca artesanal. Revelarem
que, por conta da escassez de peixe que se verifica nesta altura, estas pessoas estão a
passar momentos “muito difíceis”
Reunidas durante dois dias, em Luanda, pelo Ministério das Pescas, para debaterem sobre o actual Plano de Gestão para a Preservação da Pesca de Pequenos Pelágicos, as associações defendem a criação de medidas que possam acabar com as principais preocupações da pesca artesanal.
Os dirigentes das associações de pesca pedem melhoria no sector, sugerem duras reformas na actuação da pesca artesanal e a capacitação de pescadores para um melhor desempenho da actividade.
O presidente da Associação de Cooperativas de Pesca Artesanal, em Benguela, João Fernando, afirma que a sua região controla cerca de oito mil pescadores artesanais, auxiliados por sete mil e seiscentas mulheres que dependem da pesca legal.
Revela que neste momento o sector da pesca artesanal da província enfrenta diversos problemas, destacando a escassez de peixe. Para o representante, a ausência das espécies preocupa a Associação, pois a situação pode fazer com que os pescadores comecem a arrastar as ovas, destruindo, desta forma, o futuro da pesca.
O representante de Benguela explicou que uma das causas das dificuldades enfrentadas pelos pescadores artesanais tem sido os arrastões praticados por grandes navios de pesca, que tiram o peixe dentro do perímetro da pesca artesanal.
João Fernando defende a criação de medidas que possam melhorar o ambiente da pesca artesanal e mostra-se contra a captura de peixe prematuro, apelando para a melhoria dos problemas.
Por sua vez, o presidente da Associação de Cooperativas de Pesca Artesanal da província do Namibe, José Vata, também assume que na sua região os pescadores artesanais estão a enfrentar muitas dificuldades na captura de peixe.
Vata conta que a escassez do peixe na província do Namibe também está ser influenciada pela quantidade de águas da chuva que entra para o mar, e os pescadores não estão a conseguir trabalhar.
O chefe de Departamento das Pescas em Cabinda, Rafael Brás, reconheceu que, diferente das outras províncias, a sua região encontra-se estável em termos de pesca artesanal. Fez saber que a província controla, actualmente, cerca de três mil trabalhadores e mais de 250 embarcações, e estes têm estado a melhorar a performance em termos de pesca, contribuindo para alimentação das populações locais.
Rafael Brás admite, no entanto, que em termos de pequenos peixes pelágicos, Cabinda também vai enfrentando problemas, principalmente, em períodos quentes do ano, em que os pescadores enfrentam grandes distâncias para o pescado do peixe.
POR:Adelino Kamongua