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O cancioneiro angolano e o espaço estético benguelense

Jornal Opais por Jornal Opais
7 de Fevereiro, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
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A Música e a Literatura são artes próximas que se influenciam umas as outras, por isso, o texto musical é também um objecto de estudo para qualquer analista literário; aliás muitas canções popularizadas são , na verdade, textos poéticos de autores conceituados, é o caso de Ruy Mingas, que nos dizeres de Pepetela, é “ o poeta que não quis ser”, um musicador/compositor dos poetas angolanos; ou quem nunca encontrou o mais puro artefacto literário (soe-se literariedade) na música angolana? Por esta razão, esta abordagem cinge-se nesta relação interartística música-literatura mormente no espaço estético benguelense referenciado frequentemente no cancioneiro angolano.

Para tal, agrupámos um conjunto de textos musicais de autores nacionais que exaltam a cidade de Benguela e , assim, identificar os principais elementos do espaço estético mais referenciados nestas cancões e, por fim, reflectir o valor destes elementos para a nova geração e quais outros precisam ser inseridos neste grupo, já que muitos destes reduzem-se as regioes do corredor Lobito-BaíaFarta além de ser necessário perceber que o espaço estético ampliou-se com o crecimento da urbe benguelense.

A região de Benguela é uma das pioneiras no contacto com os portugueses, tornando-se uma das mais antigas e conhecidas de Angola, a sua cidade, São Filipe de Benguela, foi fundada há, aproximadamente, três séculos em pleno Barroco e União hibérica. Tendo sido baptizada “ São Filipe” em homenagem a Filipe II de Portugal e III de Espanha, Monarca de Portugal e Espanha.

Desde a sua fundação, configurou-se em um centro económico importante rivalizando-se, a um dado momento, com o Reino de Angola ou mais precisamente São Paulo de Luanda; o seu fundador foi o português Manuel Cerveira Pereira, protagonista do romance “ A Sul.

O sombreiro”, em 1617. Não seria inusitado afirmar-se que o factor antiguidade levou as cidades São Salvador do Kongo( Reino do Kongo), São Paulo de Luanda (Reino de Angola) e São Filipe de Benguela ( Reino de Benguela) a serem das mais louvadas no nosso cancioneiro.

Para o caso de Benguela, objecto da nossa atenção, são vários os temas, entretanto seleccionámos apenas dez, desde aqueles que exaltam a cidade como os que simplesmente fazem menção do nome, de uma cultura, de um ponto turístico de Benguela.

Segue-se abaixo a lista: Derito( Saudades); Clara Monteiro (Aló Benguela); Dj Hélio Baiano & Jester Joker (Benguela); Abel Duere (Linda Benguela); Yola Semedo e Paulo Flores (Mar Azul); Hélvio (Muxima Uamie); Nando Quental (Quando fuia Benguela); Nelo Carvalho (A cidade com amor); Carlos Lopes (Nho Benguela); Ruy Mingas (Benguela); Banda Maravilha (São Filipe).

Se tivermos como intento fazer uma incursão reflexiva aos textos das canções acima referidas, vamos perceber que há elementos em comum; tais elementos constituem o que entendemos por espaço estético, um conceito , a meu ver, mutável, na medida em que a sua percepção depende de inúmeros factores como o tempo, por exemplo.

A verdade é que à medida que a cidade evolui maior se torna o espaço estético, dito de outro modo, o espaço estético “Benguela” do tempo de Maia Ferreira não é o mesmo que de Ernesto Lara Filho, assim como esse demarca-se ligeiramente com o de Patissa e tenho a plena certeza de que os fazedores de arte, em Benguela, nos próximos anos terão um espaço diferente.

Deste modo, o espaço estético vai mudando com a evolução da nossa cidade, província, surgindo assim histórias, pinturas, esculturas , canções e etc. que elevam pontos turísticos, culturas, figuras inusitadas.

Nos temas musicais ora citados, percebe-se que os elementos estéticos “ Acácias Rubras”, “ Praia Morena”, “Baía Azul/Farta”, “ O Mar”, “ Simbolização da crioulidade”, “ Bairro Benfica”, “ o martrindinde”, “ Rio Cavaco”, “ Restinga”, “ O Sombreiro e os montes”, “ Catumbela” e outros constituem a ideia de espaço estético benguelense.

As produções literárias comportam, normalmente, estes elementos que são elevados como símbolos de Benguela. Entretanto, um aspecto que já referenciámos acima consiste no facto destes elementos fazerem parte apenas do corredor LobitoBenguela por ser a região em que surgiram as primeiras urbes e ,por conseguinte, primeiros autóctones instruídos, logo insta perceber que Benguela e o seu espaço estético não se reduz aos elementos estético deste corredor; pensamos que com o crescimento da urbe, a consequente democratização do ensino, instrução e a visibilização da produção cultural das regiões mais rústicas e tidas como subalternas mais alargado será o espaço estético.

A formação da ideia de benguelanidade precisa do empréstimo de regiões fora do litoral o que se tem cantado e composto não comportam Benguela no geral, é apenas uma metonímia que requer uma reflexão.

Outro aspecto importante está no facto de muitos destes elementos estéticos com o andar do tempo têm estado a desaparecer é o caso das “ Acácias” e do “ Martindinde”, esse último um insecto que as novas gerações desconhecem.

O caso das” Acácias” é preocupante, as novas gerações não poderão entoar canções populares antigas como “ Natal está a chegar, cadodola está a sair” por causa do desaparecimento das “ Acácias”.

 

Por: FERNANDO TCHACUPOMBA

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