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O fim da USAID e o nosso apelo aos líderes africanos a libertarem-se das ajudas mortais

Jornal Opais por Jornal Opais
7 de Fevereiro, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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O fim da USAID e o nosso apelo aos líderes  africanos a libertarem-se das ajudas mortais

O grande objectivos da administração Trump, desde o primeiro consulado, sem sombra de dúvidas é tornar América grande outra vez. Para tal, este desiderato passa por desengajar os EUA de compromissos e livrar-se de organizações que são onerosas para o orçamento de Estado, ou seja, Trump não quer sanguessugas.

Tal como alertou na sua tomada de posse que haveria surpresas, eis que, inesperadamente por muitos, foi a decisão tomada nos últimos dias que pondera suspender ou pôr mesmo termo o USAID, considerada como a maior agência de desenvolvimento internacional responsável por cerca de 42% da ajuda humanitária no mundo, só em 2023 os custos para os EUA foram na ordem dos 72 biliões USD, apoiando diversas áreas.

USAID é uma agência muito útil sobretudo para os países outrora considerados subdesenvolvidos, muitos deles mergulhados em conflitos, crises económicas e tecido social fragilizado pela miséria extrema, os continentes africano e latino-americano eram os principais destinos da ajuda americana.

Entre as várias razões evocadas para a suspensão das actividades da agência, destaca-se a mais esperada, ou seja, a razão económica porque, de acordo com o novo inquilino da sala oval e o seu assessor, para eficiência governamental Elon Musk, a USAID é um ninho de vermes.

Em Angola, durante o período de guerra, após reconhecimento formal do governo angolano e o estabelecimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos da América, em 1996 a USAID inaugurou os seus escritórios em solo angolano, numa altura que, por razões económicas, estava limitada a sua presença em várias partes do mundo.

Foi crucial no âmbito do programa de assistência técnica financeira, Angola beneficiou de uma visita de trabalho profundo de consultores económicos do Instituto Harvard para o Desenvolvimento Internacional, o relatório de trabalho permitiu que Angola fosse escolhida para fazer parte da lista de um leque de países que beneficiaram de assistência técnica e financeira nos domínios da segurança da aviação civil” safe skies for África”. USAID contribuiu para reforma macroeconómica de Angola, na desminagem, agricultura e reabilitação de infraestruturas médicas.

Até então, agência contribuía significativamente nos programas de combate à malária, HIV e governança democrática. É uma boa ou má decisão acabar, ou suspender a agência? É uma questão que fica a critério da interpretação de cada um, mas importa frisar que o USAID é uma agência de ajuda unilateral e voluntária dos EUA que se enquadra no âmbito dos objectivos da sua Política Externa, se houver outro entendimento diferente daquele que motivou a sua criação no quadro da Guerra Fria, é natural haver outras medidas a respeito da organização.

Ainda que seja doloroso para muitos beneficiários e até mesmo para alguns saudosistas, chegou o momento de começar a libertar-se daquilo que a economista Dambisa Moyo chama de “Ajuda mortal”.

A economista zambiana critica a ajuda externa para África no seu livro Dead Aid (2009), que em português pode ser traduzido como Ajuda Mortal. Ela argumenta que a dependência de doações estrangeiras prejudica o desenvolvimento económico, alimenta a corrupção e enfraquece as instituições locais, em vez de promover crescimento sustentável.

Moyo defende que a África deveria focar em investimentos, comércio e desenvolvimento do sector privado para sair do ciclo da pobreza. Sua visão contrasta com abordagens mais tradicionais de ajuda humanitária e programas como os da USAID, que ela vê como perpetuadores do problema em vez de solucionadores.

Portanto, esta decisão de Donald Trump deve servir de combustível para as lideranças africanas no sentido de se comprometerem mais com os seus cidadãos e deixar de depender dos programas de ajuda externa. Investir seriamente na educação, saúde e emancipar a juventude para enfrentar os grandes desafios globais é a melhor saída.

 

Por: TIAGO QUISSUA ARMANDO

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