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A Guerra do Carapau ou a Evolução do Paxeco

Jornal Opais por Jornal Opais
12 de Março, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
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Artigo sem imagem

Por: OPaís

Nos dias difíceis que correm, a proliferação da delinquência, da vida fácil tem abraçado os bairros do país, com maior realce a província capital, tornando, desta feita, a vida dos munícipes uma forca.

Hoje fomos todos despertados pela turma do apito, mais um gajo que caiu na rede. A população invadiu o local logo naquela manhã das cinco horas.

Depois de tantas porradas, cada um começou a revelar os seus pertences que havia desaparecido nos últimos dias e nunca haviam achado os elementos daqueles assaltos constantes.

Uns decidiram trazer os pneus para queimá-los, mas os elementos da turma do apito, disseram que não era essa a missão deles e que eles tinham apenas a missão de desmantelar o índice de delinquência nos bairros e levar os delinquentes às esquadras policiais para terem os devidos tratamentos enquanto infractores da lei.

Mas, a realidade é uma, desde que se montou a turma do apito, o índice de criminalidade nos bairros reduziram de uma forma espantosa.

Pois as rondas policiais nos bairros quase que não existem e quando há uma situação que exige a sua presença, estão sempre atrasados ou acabam por não chegarem mesmo.

Estão sempre com desculpas, ora porque o patrulheiro está sem gasolina ora porque os agentes estão ocupados em outras missões. Lembro-me de uma vizinha que havia solicitado o apoio da polícia para a resolução do seu problema, viu-se obrigada a pagar gasolina a fim de o patrulheiro chegar e resolver o problema.

Depois da turma do apito ter impedido que queimassem os indivíduos assaltantes e permitir que levassem-nos à esquadra policial, cada um voltou a sua residência.

Cheguei em minha casa e fiz os deveres primários de higienização, já que acordara muito cedo e não tive esse tempo devido a situação que o bairro enfrentava.

Quando eram oito horas, ouvi novamente novos gritos no bairro, as pessoas corriam de toda a forma, umas abandonaram as vassouras que dançavam nos quintais, outras deixaram as bancadas e todas corriam para saber o que se passava novamente no bairro.

Parecia que hoje o bairro acordara com demónio ao lado, era tanta confusão e tanto barulho que dava vontade de deixar o bairro e ir viver longe daí.

Viver no museke tem sempre dessa, há dias que dá vontade de sair e há dias que dá vontade de nunca sair do museke, isso é que faz o museke ser o que é.

Mas prefiro viver no museke e suportar estas correrias do que viver dentro de um condomínio ou centralidade e estar longe dos vizinhos, viver isolado como se ser civilizado significasse isso. Não resisti ao barulho e fui correndo atrás daquelas vozes feito tambor vazio em plena queda.

Depois de tantas corridas, percebi que o barulho vinha da casa do Man Paxeco. A realidade é que nestes dias de calamidade, a casa do Man Paxeco tem tido sempre estes barulhos com volumes baixos e nunca despertara atenção de tanta gente como o o de hoje que despertou o bairro completo, não sei se é por razão de o bairro acordar muito cedo hoje e já agitado.

Logo que eu cheguei, vi o Man Paxeco todo rebentado sem camisola, parecia ser hoje o dia de sorte da tia Maria porque dos dias passados era sempre ela correndo em casas das vizinhas a busca de socorro.

Então a tia Madó procurou saber o que se passava logo naquela manhã e fomos todos surpreendidos com a resposta da tia Maria. “Ó mana Madó, esse gajo do Paxeco está a brincar muito comigo esses dias.

O gajo foi despedido da empresa. Quase que já não me dá dinheiro para eu vender, o dinheiro que vendo com ele é daquela kixikila que jogamos no mês passado, mana Madó.

A segunda mulher dele já lhe deixou e veio aqui na mamã burra como um camimesa e nem se quer sabe me respeitar.

Então, ontem vim da praça com um carapau grosso pra fazer kalulu para o jantar, o gajo logo que viu o peixe me chamou no quarto e ficou a me reparar todo corpo e me cheirar na mbunda dizendo que esse carapau é muito grosso e que não poderia vir só.

Mana Madó, você acha mesmo que eu vou dar o mbunda para me darem carapau? Esse nê gozo desse sujo, seu camimesa sem juízo.

É uma vergonha esse tempo ter um timatozo em casa, mana Madó” – Relatou o assunto a tia Maria já em lágrimas. “Ó man Paxeco, estás a fazer isso porquê? Deverias agradecer, tens uma mulher batalhadora e que não te deixou como fez a tua segunda mulher. Se comporta já, mano”.

– Advertiu a mana Madó. “Mana Madó, agora hoje acordou bem cedo, levou os meus duzentos kwanzas que estava na mesa, foi logo beber água do chefe e está a vir todo boiado me dizer que quer fazer nené comigo hoje porque o cassule já tem 4 anos.

Por eu lhe negar, quer lutar comigo, esse é meu azar. Mas por que não vai mbora fazer nené com as colegas que costumam a beber água do chefe junto?” Aquilo despertou o sorriso de todos presente.

Coitado do Man Paxeco que foi apelidado de timatozo ou camimesa pela mulher, já nem conseguia levantar e nem falar porque a água do chefe lhe roubara a força do corpo e as palavras que muito tinha para aconselhar a juventude.

 

Por: Khilson Khalunga

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