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Banda Maravilha: “Somos uma banda de renome, mas ainda ‘mendigamos’ para poder lançar discos”

Bernardo Pires por Bernardo Pires
22 de Dezembro, 2023
Em Cultura, Em Cartaz
Tempo de Leitura: 7 mins de leitura
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Depois de ter realizado um concerto para assinalar os 30 anos de existência, a Banda Maravilha pondera fazer o lançamento da tão aguardada quinta obra discográfica, intitulada “Entre Kambas”, que tem sido regularmente adiado por falta de patrocínio

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Apesar de ser uma das mais antigas e destacadas bandas musicais do musicall angolano, a Banda Maravilha trabalha sem uma produtora há mais de três décadas, vendo-se obrigada a bater portas de patrocinadores para lançar novos discos.

Em declarações ao Jornal OPAÍS, a dupla Marito Furtado e Moreira Filho, que são os principais rostos da banda, falaram sobre as adversidades que o conjunto tem vivido ao longo destas décadas, desde sucessos, fracassos, assim como desafios, projectos e ambições que o grupo preconiza para os próximos tempos.

Segundo Marito Furtado (baterista) o grupo vem enfrentado vários obstáculos e desafios, sendo a maior luta a consolidação do lançamento de um novo álbum que vai assinalar o cumprimento de mais uma etapa do conjunto musical.

Preparado há mais de cinco anos, o disco, que conta com 13 faixas musicais, continuava “engavetado” por falta de financiamento, mas, ao que tudo indica, antes de findar o corrente ano a obra poderá chegar às mãos do público, sendo que a mesma já se encontra em fase de acabamento no exterior, uma vez que em Angola ainda não existe uma unidade fabril deste segmento.

Em termos de participações, o disco conta com prestação das vozes de conceituados músicos da praça nacional, entre os quais Elias Diakimuezo, Filipe Mukenga, Martinho da Vila, Yola Semedo, Irina Vasconcelos e Karina Santos, trazendo uma versatilidade de estilos que vão desde o semba, kizomba, rumba, kilapanga e outros.

Trinta anos de “estrada” sem interrupção

Sem patrocínio, sem produtora e dependente de “bem-feitores”, os integrantes dizem que a banda tem vivido uma situação desafiante, marcada por dificuldades e sobressaltos, mas ainda assim tem-se mantido firme e resiliente, arranjando formas de “sobreviver” às adversidades do mercado musical.

O agrupamento musical, que começou em 1993, com um grupo de músicos e instrumentistas, pertencentes a diferentes grupos musicais, que se juntavam num bar, na zona urbana de Luanda, para tocar e cantar, de forma improvisada e descontraída, é hoje uma das mais respeitadas e agraciadas bandas do mercado nacional, com uma vasta estrada repleta de sucessos, êxitos, alguns fracassos e desafios.

Com Carlitos Vieira Dias (guitarra), Moreira Filho (guitarra), Joãozinho Morgado (tumbas) e Kinito Trindade (baixo), o colectivo que, inicialmente se juntava apenas para entreter o público, enquanto tomavam uns copos, entretendo a clientela que buscava na música um refúgio para “distanciar a alma e coração” dos efeitos da guerra que assolava o pais naquela época, deu vida ao conjunto que hoje é conhecido como Banda Maravilha.

Entre as mais antigas bandas musicais de Angola, nomeadamente os Kiezos, os Merengues, Semba Tropical, Jovens do Prenda, entre outras, a Maravilha apresenta-se como uma Banda que toca há mais de 30 anos sem interrupção. Uma “estrada” que já permitiu ao colectivo lançar quatro discos.

De acordo com o artista, a banda tem procurado formas de manter-se sempre actualizada e equilibrada, não perdendo de vista as dinâmicas e transformações que o mercado vai sofrendo ao longo dos anos, sobretudo com a expansão das novas tecnologias.

Marito considerou a sua banda privilegiada por ser uma das poucas que, ao longo dos 30 anos, nunca saiu do mercado musical e tem operado como um ponto de ligação entre as diferentes gerações. “Somos uma banda, senão a única das mais antigas em Angola, que toca há 30 anos sem parar, e que consegue reunir um público muito diversificado.

Quando tocamos, conseguimos ter na plateia não apenas pessoas da nossa geração, dos ‘kotas’, temos também jovens que gostam e acompanham o nosso trabalho”, assinalou.

Segundo explica, a razão de tamanho feito está no amor à arte e na delicadeza com que são concebidos os seus trabalhos, enfatizando que a banda preocupa-se em fazer bem o seu trabalho e deixar patente o seu legado aos mais jovens que, quiçá, poderão dar seguimento ao conjunto.

Realçou o facto de a banda estar sempre preocupada, não apenas com o conteúdo e a qualidade daquilo que vai disponibilizar para o público, mas também com a forma como o público irá receber e consumir, razão pela qual tem procurado continuamente se “reinventar” e trazer inovações nos seus ritmos, recorrendo, regularmente, à mistura de diferentes estilos musicais, abrangendo um público transversal, em termos de idade e faixa etária.

A trabalhar longas décadas sem interrupção

Se por um lado a banda sente-se privilegiada por se manter no mercado ao longo de décadas sem interrupção, por outro, a mesma tem procurado manter-se firme e rejuvenescida, adaptando-se às novas dinâmicas.

Neste capítulo, a juventude vem sendo o ponto de reforço que tem tornado possível o dinamismo da “interligação geracional”, aprendendo com os kotas e passando aos mesmos as visões do presente e futuro.

“Quando gravamos um disco, estamos preocupados em levar também coisas para a juventude ouvir. Da mesma forma, quando incluímos um membro novo à banda, fazemos questão que tenha de ser jovem, com talento, promissor, vontade de aprender e crescer, mas que seja acima de tudo jovem de idade, de vontade e de consciência”, reforçou.

Marito afirma que além de procurar passar o legado aos jovens, integrando-os ao colectivo e transmitindo a vasta experiência que os mais velhos carregam, o grupo tem procurado também beber da visão e conhecimento dos jovens que trazem a sua “rejuvenescência” ao grupo.

Esta dinâmica, explicou, vai permitindo ao grupo se reinventar e buscar formas de conseguir se adaptar aos novos contextos com menos dificuldades e assim conquistar um público ‘multigeracional’.

De acordo com o guitarrista, a fusão da visão juvenil e a experiência dos veteranos tem sido um dos segredos para que o grupo se mantenha até aos dias de hoje, com visibilidade e dinamismo, apesar das metamorfoses que foi sofrendo ao longo destes 30 anos de “Maravilha” musical.

“O facto de nós termos esta preocupação de aliarmos a música antiga aos ritmos novos, nos ajuda muito a nos mantermos, porque se a gente tivesse presa no passado, querer cantar apenas para os mais velhos, hoje também estaríamos esquecidos, não seriamos convidados para a actuar em eventos, regularmente, como tem acontecido”, justificou.

Banda prevê a gravação de um DVD com o “best-off”

Para a dupla, o musical angolano carece de registos documentais para que as gerações vindouras possam aprender, pesquisar e estudar as raízes da música angolana, sem perder a essência cultural a que cada estilo está vinculado

Entre os projectos e ambições preconizados para os próximos meses, destaca-se a realização de uma “mini-tournée” a algumas províncias do país, acampanhando o lançamento do novo disco.

Numa primeira fase, fora Luanda, o grupo pondera realizar a venda e sessão de autógrafos nas províncias de Malanje, Benguela, Huambo, Huíla e Namibe, adiantando que são as províncias onde sentiramse melhor recebidos e cujos públicos têm sido os que mais aderem aos CD’s da Banda.

Ainda sem data, consta, igualmente, nas previsões do colectivo a gravação de um DVD com o “best of” que marcaram a trajectória do conjunto durante as mais de três décadas. Este DVD, segundo a dupla, conta como um projecto dos sonhos da banda, ao qual tencionam coleccionar as suas melhores actuações, gravações e espectáculos participados, devendo chamar-se “Best of Banda Maravilha”.

Lançamento de um livro

A par das obras discográficas, a banda não descarta a possibilidade de, num futuro breve, lançar um livro que vai contar a história do colectivo, desde o surgimento, seus precursores, etapas e fases de mudanças, aos contributos dados pelo grupo para o engrandecimento da música angolana, em especial o semba.

Para a dupla, o musicall angolano carece de registos documentais para que as gerações vindouras possam aprender, pesquisar e estudar as raízes da música angolana, sem perder a essência cultural a que cada estilo está vinculado.

Ao que fez saber a dupla, a intenção de ter escrita a história da banda vem já de há ano, entretanto continua “pendente” por falta de tempo para ser redigida e de verbas para o devido tratamento editorial.

Biografia

A Banda Maravilha surgiu em 1993, fruto da união de cinco músicos angolanos que se juntaram para fazer música, e que depois de várias exibições em bares, discotecas e festas de Luanda, foi-lhes endereçado um convite para se tornarem a banda de animação de um programa da Televisão Pública de Angola (TPA), “Gentes & Tons”, apresentado por André Mingas. Foi neste programa que Delfina Feliciano produtora do programa, baptizou a banda.

Na primeira versão da banda constavam “Carlitos Vieira Dias, Moreira Filho, Rufino, Joãozinho Morgado e Marito Furtado, que eram originários de várias bandas musicais de Angola, abrilhantando as noites de Luanda no programa ‘Gentes & Tons’ e no restaurante “O Tambarino”. Uma tourné pelo mundo foi realizada em 1998.

Participaram na Expo98 em Lisboa, Portugal, bem como do Festival da Baia das Gatas, em Cabo-Verde. O profissionalismo da Banda Maravilha foi reconhecido pela sociedade, ganhando em 2002 o prémio de melhor ‘Banda Musical do ano’, Top Rádio Luanda.

Recebeu também o prémio de vencedor do Top dos Mais Queridos da RNA, sendo convidada para actuar em várias partes do mundo, levando a música angolana aos quatro cantos do mundo.

Discografia

A primeira obra discográfica da Banda Maravilha, intitulada “Angola Maravilha”, foi publicada em 1997, sob chancelaria da gravadora RMS. Na altura, integravam a banda os artistas Carlitos Vieira Dias (guitarra solo e voz), Joãozinho Morgado (tumbas) e Rufino Cipriano (teclas).

O segundo CD, “Semba Luanda”, surge em 2001, estando já ausente os músicos Carlitos Vieira Dias e Rufino Cipriano. Em Agosto de 2005, é publicado o disco, “Zungueira”, assinalando-se como a terceira obra da banda.

A quarta obra, “As nossas palmas”, surge em 2009, gravada nos estúdios da Rádio Vial e contou com a participação especial do cantor brasileiro Emílio Santiago, do cabo-verdiano, Tito Paris, de Mimito, integrante do Tabanka Jazz, Guiné-Bissau, e do cantor angolano Daniel Nascimento.

Bernardo Pires

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