OPaís
Ouça Rádio+
Sex, 26 Dez 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Ouça Rádio+
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

Da Negritude à Poética – Discursiva Pluralista Netiana

Jornal Opais por Jornal Opais
22 de Setembro, 2023
Em Opinião

Com as devidas objecções que possam advir, pois que, consubstancia-se em uma comunicação inacabada, tendo em conta as diferentes leituras interpretativas que entendemos que devem ser sustentadas pela racionalidade e coerência argumentativa por conta do valor semântico e referencial tanto da representatividade da negritude como da poética netiana no geoimaginário dos diferentes agentes sociais, portanto, a presente abordagem da negritude à poética pluralista netiana apresenta-se como um mecanismo de ruptura, em que não se nega a influência da negritude enquanto movimento, todavia, entende-se que a poética netiana se distancia da matriz filosófica dos modus operandi da negritude.

Poderão também interessar-lhe...

O Natal e a sua essência

O agro-negócio industrial como solução para a inflação sazonal na cesta básica em Angola

Guardadores do sábado e a Lei Geral do Trabalho: onde fica a liberdade religiosa no Estado angolano?

Aproveitamos fundamentar que a pretensão da presente abordagem não se estende em percorrer sobre a vida obra de Agostinho Neto nem dos principais expoentes da negritude e aos conceitos.

Por ora, pensamos ser funcional realçar que historicamente, a palavra negritude está fortemente ligada à ideologia Senghoriana, aos escritores como Aimé Césaire e o Leo Damas que, por sinal, são os maiores símbolos do referido movimento que floresceu nos anos 30, em Paris.

Assim sendo, a nossa abordagem funda-se também como veículo dialogista entre a doutrina negrutidista que se sustenta, substancialmente, pelas aspirações que os moveu enquanto filosofia de contravalor e, sobretudo, racial e, por sua vez, poética pluralista netiana encara a negritude como retrocesso no sentido em que os escritores intelectuais da África oprimida deviam apostar no discurso da contra-argumentação.

Isto é, na luta de classe e não a epidérmica. A poética netiana perspectiva um futuro irracial, visto que vários escritores de raça branca aliaram-se incansavelmente à luta dos oprimidos, inclusive cumpriram anos de cadeia.

Por está razão, transcrevemos o pensamento de Agostinho Neto (2010:177) quando afirma que: “A preocupação de África de fazer da luta de libertação uma luta racial, não é só epidérmica, mas podemos dizer reacionária e essa tese não tem futuro”.

A poética netiana é um abandono a negritude, enquanto movimento que se alimenta de lutas rácicas, à medida que combate rigorosamente o colonialismo vigente em Angola.

No presente poema, “Eu-Mistério” o poeta expresso claramente que a independência era uma questão de tempo “Perto e longe/continuam massacrando-me a carne/ sempre viva e crente/ no raiar dum dia que há séculos espero” (Renúncia Impossível,2009:141).

O sujeito poético adopta um caminho inverso, como também abraça valores do marxismo, denuncia a desigualdade e recorre a filosofia de justeza social por via da sua poética.

A título de exemplo, o trecho do poema, Sábado nos musseques: “os musseques são bairros humildes/ de gente humilde/vem o sábado/ e logo ali se confunde com a própria vida/transformada em desespero/em esperança/e mística ansiedade/na lua cheia acesa/ em vez de candeeiros de iluminação pública/ que pobreza e luar casam bem(…)/e implacavelmente vai desfraldando/heroicas bandeiras/ nas almas escravizadas/” (Sagrada Esperança,2009:51).

Não pretendemos, em momento algum, descartar a influência ideológica da negritude na poética netiana. Pois que, tanto para Senghor como para Neto, a cultura é ponto vital de toda esteira etnolinguística que fundamenta a existencialidade dos povos.

A netiana concilia a questão racial ao pragmatismo da luta contra o colonialismo. Por ora, Neto não olha para o negro, enquanto raça, sim como homem descriminado e relegado ao plano sociológico das segregação e exclusão.

Assim sendo, servimo-nos do trecho do poema “Velho negro”: “Vendido/e transportado nas galeras/ vergastado pelos homens/ linchado nas grandes cidades/até ao último tostão/humilhado até ao pó/sempre vencido” (Sagrada Esperança,2009:57).

Nem mesmo em 1957, quando se encontrava preso, na cadeia da PIDE do Porto, olhou para escrita como meio racial. Como exemplo, no poema “Dois anos de distância”, expôs simplesmente os caminhos que o separava da amada e os desejos de um povo livre: “Saudades-dizes na carta de ontem quando nos veremos/ breve ou tarde (…) humanamente entre o sonho e o desejo (…)/ cresce com mais justiça ainda/ a ânsia de sermos com os nossos povos/ hoje sempre e cada vez mais/ livres, livres, livres”(Sagrada Esperança, 2009:113).

 

Por: HAMILTON ARTES 

Jornal Opais

Jornal Opais

Recomendado Para Si

O Natal e a sua essência

por Jornal OPaís
25 de Dezembro, 2025

O Natal chega todos os anos com a promessa de luz, mas, para muitos, já não ilumina como antes. Há...

Ler maisDetails

O agro-negócio industrial como solução para a inflação sazonal na cesta básica em Angola

por Jornal OPaís
25 de Dezembro, 2025

Em 2025, Angola continuou a lidar com uma inflação persistente, embora em desaceleração, graças a medi das de estabilização macroeconómica...

Ler maisDetails

Guardadores do sábado e a Lei Geral do Trabalho: onde fica a liberdade religiosa no Estado angolano?

por Jornal OPaís
25 de Dezembro, 2025

Angola proclama-se, constitucionalmente, como um Estado laico, fundado no respeito pela dignidade da pessoa humana, pela liberdade e pela igualda...

Ler maisDetails

Gestos natalinos

por Jornal OPaís
25 de Dezembro, 2025

O Natal bate à porta todos os anos, mas nem sempre entra da mesma forma. Para alguns, chega em forma...

Ler maisDetails

‎Hospital dos Cajueiros regista mais de 700 ocorrências nas últimas 24 horas‎

25 de Dezembro, 2025

‎Arranque das obras da estrada que liga Moxico ao Bié previsto para 2026‎

25 de Dezembro, 2025

‎Huíla regista 11 casos graves de politraumatismo durante a noite de Natal

25 de Dezembro, 2025

Mais de dez pessoas perderam a vida em acidentes de viação na Ceia de Natal

25 de Dezembro, 2025
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Ouça Rádio+

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.