O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) e a Companhia de Bioenergia (BIOCOM) assinaram um memorando de entendimento que visa facilitar o acesso a garantias de crédito por parte das micro, pequenas e médias empresas que queiram e possam dedicar-se ao cultivo agrícola, entre elas a cana-de-açúcar
No âmbito das linhas de garantias públicas, as duas instituições pretendem trabalhar em parceria para estabelecerem um quadro de cooperação para o apoio às empresas e empreendedores singulares, e criarem redes de serviços diversos que promovam o desenvolvimento das comunidades e a melhoria das condições de vida das populações.
O memorando de entendimento foi assinado pelo director geral da BIOCOM, Uirá Ribeiro, e pelo presidente do Conselho de Administração do FGC, Luzayadio Simba. De acordo com Luzayadio Simba, o Fundo ambiciona alocar para a produção nacional 50% daquilo que foi a capitalização que obteve, recentemente, avaliado em 50 mil milhões de kwanzas.
Luzayadio Simba sublinhou que este memorando de entendimento tem como objectivo fomentar a produção, sendo que, no caso da cana-de-açúcar, a escolha recaiu para a circunscrição de Capanda, para estimular a produção interna e dinamizar a comercialização de açúcar, etanol e energia eléctrica a partir da sua biomassa.
“O grande objectivo é estarmos em consonância com o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), contribuindo para o aumento do plantio e colheita de cana-deaçúcar, que depois pode ser integrada na produção da BIOCOM e aumentar a disponibilidade de oferta interna para o mercado”, sublinhou.
O responsável do Fundo aclarou ser também o reafirmar do apoio da instituição que dirige para a produção nacional, sobretudo na produção da cana-de-açúcar ao redor da unidade industrial. Com 30 mil hectares já explorados, a BIOCOm cobre apenas 40% da sua necessidade.
Entretanto, o FGC irá garantir o financiamento com garantias públicas para apoiar os pequenos e médios produtores.
Relativamente ao número de produtores, disse, vai depender muito da demanda ao nível da região, porque o que se quer garantir é que o produtor venha para cá para produzir a cana-de-açúcar, contando com o cliente garantido que é a BIOCOM para adquirir toda produção.
Banca garante financiamento Luzayadio Simba assegurou que os acordos com a banca comercial já foram firmados e acredita-se que a partir deste mês começarão a ser operacionalizados o financiamento de apoio com os pequenos produtores e cada um receberá no máximo até 5 milhões de kwanzas de garantia.
Para a directora geral adjunta da BIOCOM, Otília Viegas, esta assinatura demonstra que esta é uma das empresas estratégicas do país para a criação de emprego e o desenvolvimento social e económico da província de Malanje, em particular.
“Continuamos focados no desenvolvimento económico e social locais, na criação de emprego, na formação dos jovens da província, assim como no incremento do bem-estar da população das nossas comunidades, através da realização de actividades relevantes de responsabilidade social”, sublinhou.
As condições estão criadas, assegura Otília Viegas, acrescentando que este projecto foi uma das vias que a BIOCOM encontrou para se ter o material para produzir o total da capacidade instalada e atingir a meta de 60% que está em falta.
Para além de fomentar a produção local no seio dos micro, pequenos e médios produtores, quer sejam singulares ou de cooperativas, a BIOCOM pretende ter material adicional e suficiente para produzir o que está em falta.
Instalada no Pólo Agro-industrial de Capanda (PAC), na província de Malanje, município de Cacuso, a BIOCOM tem uma capacidade de produção de 2.2 milhões de toneladas de cana-deaçúcar numa área de 30 mil hectares, 250 mil toneladas de açúcar cristal branco, 37 mil metros cúbicos de álcool neutro para fornecer ao país um adicional de 136 mil megawatts de energia eléctrica limpa e renovável.
Actualmente, a empresa emprega mais de 3400 colaboradores, maioritariamente oriundos da província de Malanje.