Outra votação está em curso na ONU a fim de condenar a operação russa na Ucrânia.
Até agora, todas as resoluções foram no sentido de pedir a retirada imediata das tropas russas, mas poucas foram na direcção de sugerir a criação de um espaço de diálogo
Perto do aniversário de um ano da operação russa na Ucrânia, países europeus voltam às Nações Unidas para aprovação de uma resolução com o intuito de condenar a acção russa.
A votação do texto possivelmente acontecerá na Quinta-feira (23).
O Brasil está a par da inciativa, porém, o Itamaraty propôs que o texto não tratasse apenas da condenação da operação, mas que o documento abrisse um espaço para falar da “suspensão de hostilidades”, segundo a coluna de Jamil Chade no UOL.
A proposta vai no mesmo sentido adoptado pelo governo de insistir para que um grupo de contacto seja estabelecido para servir de canal de comunicação entre as partes no conflito, com o objectivo de que um entendimento possa começar a ser desenhado.
Os países europeus aceitaram a sugestão da chancelaria brasileira e a incorporaram ao documento.
O colunista afirma que a aceitação por parte dos europeus pode levar o governo Lula a votar em apoio ao texto, entretanto, ainda não há uma decisão final sobre como o Itamaraty vai se posicionar.
Entre diplomatas os europeus, a esperança era de que, com esses trechos brasileiros incorporados no texto final, Brasília poderia passar a ser um patrocinador da resolução.
Mas essa opção é vista com hesitação, já que colocaria o Brasil num lado claro do conflito e poderia minar as suas chances de ser um mediador, diz a mídia.
Uma das preocupações com o novo texto se refere ao artigo 5º, que pede a “retirada imediata” das tropas russas.
O temor do Brasil, assim como de outros países emergentes, é de que o trecho passe a ser um eventual obstáculo para um diálogo, já que ele envolveria não apenas as áreas abarcadas pela operação desde o ano passado, mas também a Crimeia.
Em Abril, o chanceler russo, Sergei Lavrov, viajará ao Brasil e será recebido pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, conforme noticiado.
O posicionamento do governo Lula sobre o conflito é a de não tomar lados e trabalhar para que o grupo de paz seja realmente criado, conforme deixou claro a chancelaria do país na semana passada.