O Serviço de Investigação Criminal em Cabinda deteve um cidadão que na calada da noite simulava exercer actividade de táxi para roubar os pertences, preferencial- mente de mulheres. Trata-se de um jovem de 38 anos e dois comparsas que intimidavam as vítimas com recursos a facas e catanas. Estão igualmente detidos alguns cidadãos acusados de burla em que foi vítima um comerciante que perdeu cerca de 6 milhões de kwanzas num negócio que teria um lucro de 9 milhões de kwanzas
No âmbito do combate aos crimes cibernéticos, o Serviço de Investigação Criminal (SIC), em Cabinda, desmantelou dois grupos de associação de malfeitores e deteve seis cidadãos nacionais que criavam, nas redes sociais (Facebook), perfis falsos de altas individualidades do aparelho do Estado como o da vice-Presidente da República, do comandante-geral da Polícia Nacional e da governadora provincial de Cabinda, dentre outros, com o intuito de praticarem acções de burlas a cidadãos com promessas de em- pregos. Com os perfis falsos criados, o grupo aliciava as suas vítimas com propostas de empregos e casas na centralidade de Chibodo, ainda em construção, e em contrapartida solicitavam valores monetários.
Os quatro cidadãos detidos têm idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos, entre os quais uma rapariga de 22 anos de idade, que fornecia as contas bancárias para a referida associação criminosa para facilitar o processo de transferência dos valores das burlas. “A cidadã fornecia a conta bancária da mãe, já falecida, ao grupo e em troca recebia, por cada operação de burla efectuada com êxito, o valor de 10 mil kwanzas”, explicou ao jornal OPAÍS o porta-voz do SIC/Cabinda superintendente de investigação criminal.
Segundo Rodrigues Ambrósio, um cidadão nacional era vítima por parte do referido grupo de asociação criminosa de constantes chantagens para que este pagasse um valor de 300 mil kwanzas no intuito de ver publicadas nas redes sociais imagens íntimas compro- metedoras suas com vista a manchar a sua boa imagem e reputação.
O porta-voz do SIC descreveu de preocupante o grau de perigosidade que apresentava este grupo, ora desmantelado, no seio da sociedade, cujos actos prejudicaram vários cidadãos na província. “Vamos redobrar os esforços e pedir o engajamento da sociedade para que tão logo entrem em contacto com situações idênticas de- vem procurar os nossos serviços para que possam ser despoletadas diligências para se dar respostas a esses casos.”
Outras detenções
O SIC-Cabinda apresentou também três cidadãos nacionais, dentre eles dois menores com 15 e 16 anos de idade, que a bordo de uma viatura de marca Hyundai modelo i10, já apreendida pelas autoridades, simulavam fazer serviço de táxi e nas paragens carregavam passageiros, sobretudo senhoras, e em lugares ermos empunhavam facas e outros objectos corto-perfurantes, molestavam as vítimas e tiravam tudo quanto levavam consigo. “Os nossos serviços entraram em cena, tendo despoletado algumas diligências e num período curto foram detidos os presumíveis autores e foram presentes ao Ministério Público para o primeiro interrogatório”, referiu Rodrigues Ambrósio.
Mais casos
A Polícia apresentou aos órgãos de informação o caso de um comerciante nacional que foi aliciado por um cidadão da RDC que lhe propôs a compra de um produto que se assemelha ao açúcar e que, supostamente, servia para a reprodução de peixe. O comerciante pagou de imediato 150 mil kwanzas para um conteúdo que se achava em cinco pacotes no intuito de que este valor deveria ser elevado para 6 milhões de kwanzas caso a operação surtisse em sucesso.
“Ansioso com a proposta e com os lucros que renderia o negócio, o comerciante não poupou esforços e foi cumprindo com as orientações do suposto infractor e, tão logo descobriu que se tratava de uma burla, procurou o SIC que fez diligências que resultaram na de- tenção do suposto infractor que já foi presente ao Ministério Público”, segundo contou o porta-voz do SIC-Cabinda.
Droga imprópria
No passado Sábado, o SIC de- teve através de uma micro-operação na aldeia da Santa Catarina um cidadão da RDC de 45 anos na posse de mais de 100 quilogramas de estupefaciente, vulgo liamba. O referido cidadão da RDC entrou no território nacional de for- ma ilegal há seis meses a pedido de um cidadão já detido acusado na prática de homicídio. A sua esta- da na província de Cabinda tinha como objectivo fazer magia/mixórdias e outros tratamentos para ajudar, sobretudo, meliantes a se escaparem da alçada da Polícia. “Como já não tinha outra fonte de rendas, porque já não havia muita adesão, acabou por enveredar na venda de (liamba) tendo sido detido em flagrante na posse de mais de 100 quilogramas de liamba”, resumiu o oficial da Policia, Rodrigues Ambrósio.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda