O Burkina Faso voltou a ser palco de violência no Domingo, quando alegados terroristas mataram 15 civis, na sua maioria pastores, no Leste do país, perto do Togo e do Benin, disseram, ontem, fontes locais e de segurança
No total, cerca de 70 civis morreram na última semana em vários ataques que tiveram como alvo várias regiões do país.
No Domingo, “várias dezenas de terroristas atacaram os arredores de Kompienga”, a capital da província com o mesmo nome, matando pelo menos “15 pessoas”, disse um habitante local à agência AFP.
“Os atacantes enterraram 15 corpos e feriram muitos outros”, disse outro habitante, acrescentando que “as vítimas eram, sobretudo, pastores que foram executados pelos atacantes, que levaram consigo o seu gado”.
“Uma segunda incursão de homens armados ocorreu também ao fim da tarde, por volta das 18 horas locais, provocando a partida em massa de alguns habitantes que fugiam dos tiros”, continuou a mesma fonte.
Confirmando o ataque, mas sem mencionar o número de mortos, uma fonte de segurança contactada pela AFP disse que foi lançada uma resposta “ao fim da tarde na zona de Kompienga, permitindo a neutralização de várias dezenas de terroristas”.
“As operações terrestres e aéreas permitiram, igualmente, desmantelar bases terroristas noutras localidades próximas”, disse a fonte.
Os ataques violentos contra civis aumentaram nos últimos dias em várias partes do Burkina Faso. Na Sexta-feira, uma dezena de pessoas foram mortas num ataque que visou uma localidade no Oeste do país, perto do Mali.
No dia anterior, pelo menos 20 pessoas foram mortas num ataque a várias aldeias no Norte do Burkina Faso, segundo fontes locais.
Na Segunda e na Quarta-feira, cerca de 20 civis foram mortos em dois ataques de presumíveis terroristas, 400 Km mais a Sul, na região centro-Leste, na fronteira com o Togo e o Gana.
Em 13 de Maio, 33 civis foram mortos num ataque na aldeia de Youlou, na região de Boucle du Mouhoun, na fronteira com o Mali.
O Burkina, palco de dois golpes de Estado militares em 2022, foi apanhado, desde 2015, numa espiral de violência que começou no Mali e no Níger alguns anos antes e que se estendeu para além das suas fronteiras.
A violência causou a morte de mais de 10.000 civis e soldados nos últimos oito anos, obrigando mais de 2 milhões de pessoas a deslocarem-se internamente.