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Quanto custa ser deficiente em Angola?

Jaime Tabo por Jaime Tabo
21 de Abril, 2023
Em Manchete
Tempo de Leitura: 6 mins de leitura
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O preço de uma cadeira de rodas, da Bengala-guia, das muletas e do aparelho auditivo (para os surdos), no nosso país, tem tornado a vida dos deficientes “espinhosa”, para além do facto de a qualidade destes produtos ainda ser questionada. Do levantamento feito pelo jornal OPAÍS, o produto mais barato e essencial para uma pessoa com deficiência custa 24 mil kwanzas (muletas) e o mais caro passa os 350 mil kwanzas (aparelho auditivo)

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Um grupo de pessoas com deficiência auditiva tem esta- do a enfrentar várias dificuldades, na busca dos objectivos, que deseja alcançar, no seguimento da vida. O facto resulta da impossibilidade de comunicar de forma eficaz e eficiente, por falta de pelo menos 350 mil kwanzas, para a compra de um aparelho de audição. A vida diária dessas pessoas é apinhada de pesares provocados pela dificuldade que têm em ouvir, o que faz com que não percebam as muitas informações transmitidas através da comunicação verbal.

No entanto, cada vez que a necessidade de sair de casa bate a porta, no sentido de perseguirem as suas metas, as agruras da vida acompanham-nas, também, no seu percurso, que são obrigadas a trilhar entre ruas e avenidas. As pessoas com deficiência auditiva não ouvem o movimento de carros, nas vias públicas, bem como os destinos de táxis anunciados pelos chamados cobradores, ou gerentes. Em muitas instituições públicas ou privadas, têm de suportar os funcionários impacientes, que não se dispõem para falarem em alta voz, e fazerem-se perceber. Nas instituições de ensino, o cenário é semelhante.

Nesses locais não existem intérpretes de linguagem gestual, a fim de facilitar a comunicação e a compreensão dos conhecimentos partilhados. São inúmeras as suas dificuldades. Por conta disso, em finais do século XIX, foi inventado, para as nações o aparelho auditivo — um dispositivo electrónico com um pequeno microfone que amplifica os sons. Mas, os preços praticados no país não permitem que to- das as pessoas com esta necessidade possam adquirir o bem, enfrentando todas estas peripécias. O calvário das pessoas desse grupo com menos possibilidades financeiras foi descrito pelo presidente da Associação Nacional de Estudantes Universitários com Deficiência (ANEUD), António Mateus. O responsável associativo mostra um quadro em que muitos deficientes auditivos perdem a sua direcção, na cidade.

“As dificuldades são várias. Falo do acesso aos transportes públicos, muitos, nas paragens, têm dificuldades em identificar o táxi para o seu destino, por causa da audição. Sobem em qualquer táxi, e, por causa disso, param em destinos diferentes dos seus”, descreveu. Para quem é estudante, por exemplo, disse que a falta desses aparelhos dificulta sobremaneira a comunicação, na sala de aula, e, consequentemente, desemboca na fraca assimilação dos conhecimentos transmitidos pelos docentes, agudizada pelo facto, também, da inexistência de um intérprete de língua gestual.

ANEUD com mais de 20 queixas por falta de aparelhos

Mais de 20 queixas de estudantes universitários com deficiências deram entrada, na ANEUD, por falta de intérpretes nas salas de aula, uma vez que muitos destes não têm condições para a aquisição de um aparelho auditivo, de acordo com dados avançados pelo presidente da ANEUD. António Mateus referiu que estes utensílios não são fáceis de encontrar, no mercado nacional, o que concorre, consequentemente, para o encarecimento do produto de estrita necessidade, para as pessoas com deficiência auditiva.

O responsável dessa Associação avançou que existem pessoas com a necessidade patente de utilização desses recursos, no sentido de perseguirem os seus ensejos, nos caminhos da vida, mas que, “in- felizmente, não têm capacidade económica, para poder adquirir o meio”. “Recebemos acima de 20 reclamações de pessoas com deficiência auditiva e visual. As pessoas com deficiência auditiva dizem que, por impossibilidade de acesso a materiais auditivos, que facilitam a audição, deveria haver intérpretes de língua gestual, nas salas de aulas”, adiantou.

Preço a partir de 350 mil kwanzas pode subir conforme o estado da pessoa

Os preços dos aparelhos auditivos não ficam abaixo de 350 mil kwanzas, sendo que o dispositivo pode ficar mais caro em caso de o estado da audição da pessoa visa- da exigir maior potência da amplificação dos sons, por um lado, e, por outro, da tecnologia suportada, conforme apurou o jornal OPAÍS junto de centros de venda. Por entender que todo material feito para as pessoas com deficiência acaba por ser mais caro em relação àqueles para quem não tenha, o presidente da ANEUD apela ao Executivo a subvencionar esses produtos, para que possa facilitar os menos favorecidos a terem, também, acesso ao meio. “Há aparelhos que podem ser comprados a 500 mil kwanzas”.

MASFAMU não disponibiliza aparelhos auditivos

O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) não disponibiliza aparelhos auditivos para as pessoas com esta necessidade, nem subvenciona os custos desses dispositivos, de acordo com uma fonte daquele departamento ministerial, que segredou ao jornal OPAIS. A fonte avançou ainda que tal se deve ao facto de ser um ou outro deficiente auditivo, que necessita de aparelho, pois, “estes comunicam-se através da linguagem de sinais”. No entanto, questionada se o MASFAMU tem tido disponível esse aparelho, para a distribuição, a fonte afirmou que “até ao momento não”.

Para as pessoas com deficiência motora e que precisam de cadeiras de rodas, adiantou que estes meios devem ser solicitados me- diante um cadastramento, jun- to das Delegações Provinciais da Acção Social, que efectua a entrega do meio mediante a disponibilidade existente. “Agora, por via da desconcentração administrativa, este recurso é introduzido nos Governos Provinciais, que são as delegações provinciais da Acção Social, que devem atender os utentes em função da sua circunscrição geográfica”, avançou.

“As muletas que o Estado adquire não têm qualidade”

As pessoas com deficiência que necessitam de muletas para a sua circulação apresentam reclamações relacionadas com a durabilidade desses objectos, que, como afirmam, partem-se em menos de três meses. O jornalista Manuel Kamalata, utente de muletas há mais de 20 anos, defendeu em entrevista ao jornal OPAÍS, a necessidade de o MASFAMU exigir maior qualidade aos fornecedores, no sentido de se evitar que os necessitados possam regressar ao departamento ministerial a cada dois meses, para o mesmo fim.

“As muletas que o Estado (MASFAMU) adquire não têm qualidade. Todas as muletas dadas pelo ministério partiram-se em menos de três meses. Não sei se são doadas ou são mesmo compra- das”, disse, referindo que um par de muletas, nas farmácias, não fica a menos de 24 mil kwanzas. O utente questiona a razão pela qual o Estado olha para as pessoas com deficiência como inválidas, que não merecem dignidade.

O também jornalista fundamenta a sua inquietação com o facto de os governantes adquirirem para si carros top de gama, e não poderem oferecer muletas de qualidade aceitável. “Não se pode olhar para nós como sendo seres que (só) causam prejuízos. Nós também contribuímos para o desenvolvimento do país que, também, é nosso. A questão da durabilidade das muletas nada tem a ver com o peso do utilizador. Até porque elas são para pessoas com até 80 kg, e eu peso menos de 60”, explicou.

Muletas partiram na rua mais de duas vezes

Manuel Kamalata foi surpreendi- do pelas muletas, ao partirem-se por mais de duas vezes, deixando-o sempre na rua, sem condições para seguir a sua jornada. A culpa é atirada, novamente, à fraca qualidade desses meios distribuídos pelo MASFAMU. Nessas circunstâncias, recordou, ligou para um amigo auto- mobilista, a quem pediu que o fosse auxiliar, tirando-o do local em que se encontrava, para a sua casa, onde, felizmente, já tinha um par de reservas, pois, disse, “do contrário seria ficar em casa até comprar um outro, na farmácia”. “Por mais de duas vezes, as muletas partiram-me na Rua.

A sorte é que não estava atravessar a estrada. Sentei, procurei uns paus só para me permitir sair do local e caminhar para uma instituição, para não ficar muito exposto”, lembrou da triste ocorrência. Por isso, sublinhou, actualmente, sempre que for a usar um par disponibilizado pelo Estado, previne-se com um outro de reserva, “pois partem quando menos se espera, e se não tiver dinheiro para comprar, fica em casa a rastejar-se”. O interlocutor, que já perdeu a conta de quantos pares terá utilizado, revela que o melhor tipo de muletas são as de origem canadiana, ou, também, a melhor qualidade pode ser aferida através da cobertura total da região do ante- braço com plástico.

Jaime Tabo

Jaime Tabo

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