Enquanto um factor social, a língua está sujeita a sofrer um conjunto de Influências externas e internas que a dinamizam ou a modificam tanto para o bem como para o mal.
Com a expansão e o acesso livre das redes sociais, os seres humanos (particularmente angolanos), foram influenciados a implementar, talvez até mesmo de modo imperceptível no começo, novos climas e paradigmas em seus modos de comunicação (sobretudo na escrita).
Uma vez que se trata de uma via de comunicação, onde a descontração e o entretenimento é o que mais se busca, viu-se a necessidade de se inovar e de se
despadronizar, diuturnamente, daquelas formas de vocábulos anteriormente recorrente.
O objetivo na verdade era tornar possível uma interação mais descontraída, atractiva e acelerado possível, onde o mais importante é a transferência das informações que sejam capazes de serem interpretadas pelos destinatários, não importando, neste caso, a sua gramaticalização.
Assim, notou-se, fruto destas acções, o aparecimento de novos Fenômenos Linguísticos, onde há supressões/omissões (sendo muito mais comum), e adições (apesarderaros) de mecanismos estranhos oudiferentes da realidade da língua.
A base de exemplo, algumas palavras como: ‘#Estás’ para=> ‘Xtás’, ou ‘stas’ #Bué para =>bued/ buede #Fixe para=>FX, ou Fix #Novidade para=> 9idade, e por aí adiante(só p’ra encurtar tempo).
Não podemos ignorar por via disto – os inumeráveis ganhos que este recurso de comunicação nos tem apresentado, quer de ordem social político-financeira, e até mesmo lexical (na construção de novos processos neológicos).
Contudo, é possível admitir que, de certo modo, apesar das grandes vantagens oriundas destes meios virtuais, elas têm normalizado e promovido -de forma muito sútil- um modo de interação que não se sujeita aos critérios da norma padrão, dificultando assim a proeminência das competências comunicativas, que nos ensinam a diferenciar (por adequação) os espaços ou situações da comunicação em que estivemos inseridos, sem necessariamente atropelar a norma.
Em consequência, vê-se mesmo em ambientes formais ou em contextos de formalidade, indivíduos que acarretam estes modelos de escritas talvez de forma desapercebida, por parte de alguns – tendo por justificava a” forçado hábito.
“Seguinte a isto, há também a habitual tendência de serem atribuídos nomes pejorativos, comentários menos bons, ou desintegrativos, a todas as pessoas que se esforçam para manterem uma comunicação mais assertiva, gramatical ou cuidadosa dentro destas vias de interação, o que justifica cada vez mais e mais o predomínio da linguagem popular.
Um outro mal identificado é a tendência de tornar as pessoas ainda mais limitadas, ou se não mesmo preguiçosas na leitura de textos mais extensos ou volumosos, e a de fazê-los incapazes de produzirem, por conseguinte, uma escrita bem desenvolvida (visto não ser uma prática costumeira nestas redes de comunicação).
Enfim, como potenciais acadêmicos, devemos nos esforçar para que saibamos sempre separar os momentos e as ocasiões para cada forma de escrita.
Apesar de contribuir para a construção de processos neológicos (na língua), estas redes Sociais podem trazer grandes males para a comunicação pessoal (presencial) se não forem sabiamente utilizadas.
Uma medida a acautelar, também seria a necessidade aprimoramento das nossas competências linguísticas, que nos permitiria ser capaz de discernir sobre as melhores expressões e vocábulos a serem usados nestas vias, sem a exaurível necessidade de se desgramaticalizar cada palavra.
É um dever de todos nós, em cada um dos espaços de nossa influência virtual, ser um modelo por preceito e por exemplo, na escrita sadia, como na pronúncia, fazendo o sempre o que seja certo, de forma certa, e com as pessoas certas.
Por: Sampaio Herculano