A Universidade Agostinho Neto foi escolhida para integrar uma rede internacional liderada pela Carnegie Mellon University, no âmbito de um protocolo assinado em Março que visa impulsionar o ensino superior e colaborar na estruturação do currículo de inglês em Angola.
A informação foi prestada à imprensa no final de uma audiência com a vice-presidente da República, Esperança da Costa, durante a qual o responsável apresentou os resultados da missão realizada em Novembro e Dezembro de 2024 aos Estados Unidos.
O objectivo da missão foi mobilizar instituições de ensino superior de renome para avaliarem a possibilidade de se estabelecerem em Angola.
Entre os principais avanços está o compromisso firmado com a Carnegie Mellon University, considerada uma das dez melhores universidades do mundo e referência global em inteligência artificial e a Juking University, para estabelecer parcerias com instituições angolanas.
Após um processo de avaliação, a UAN foi escolhida entre três candidatas (incluindo a Universidade Católica de Angola e a Universidade Óscar Ribas), por ser a maior universidade pública do país, com mais de 23 mil estudantes, e por apresentar melhor estrutura organizacional.
O protocolo assinado em Março entre a UAN e as universidades norte-americanas prevê a integração da universidade angolana numa rede global liderada pela Carnegie Mellon, com foco no desenvolvimento de competências em ciência e tecnologia.
Reforço do ensino da língua inglesa em Angola
Pedro Godinho sublinhou que a Juking University colaborou durante cerca de 60 dias com o Ministério da Educação na elaboração de uma proposta de reestruturação do currículo da disciplina.
O objectivo é alinhar o ensino do inglês aos padrões internacionais, introduzindo a disciplina logo no ensino primário.
Segundo Pedro Godinho, esta iniciativa visa responder à recente decisão do Executivo de incluir as línguas francesa e inglesa nos currículos escolares, com a implementação de formação de professores e desenvolvimento de conteúdos específicos.
“Trata-se de garantir que Angola tenha acesso aos expoentes máximos do conhecimento tecnológico e académico”, afirmou.
Garantiu que a vice-presidente da República manifestou apoio ao projecto e reconheceu a importância estratégica da iniciativa para o futuro do ensino superior e da educação em Angola.
Destacou ainda que o papel da Câmara de Comércio Angola-EUA é meramente facilitador, funcionando como ponte entre o mercado académico americano e as necessidades de desenvolvimento do país, sendo que o sucesso desta cooperação dependerá agora de decisões do Executivo, uma vez que se trata de um projecto com implicações estruturais para o Estado.
No final do encontro, o presidente da Câmara reiterou a disposição das universidades norte-americanas em contribuir para a transformação académica de Angola e o entusiasmo demonstrado pelas instituições em colaborar activamente neste processo de internacionalização do conhecimento.
Vice-presidente convidada a visitar o Banco de Leite
Na sequência das audiências, a vice-presidente da República, Esperança da Costa, recebeu também a bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar.
Neste encontro, foi possível abordar temas ligados à saúde materno-infantil, com ênfase especial no trabalho do Banco de Leite Humano, iniciativa que visa reduzir a mortalidade infantil no país.
Elisa Gaspar destacou que a vice-presidente mostrou grande interesse nas técnicas utilizadas, como a pasteurização e o rigoroso controle de qualidade do leite doado.
Na ocasião, convidou formalmente a vice-presidente para visitar o banco de leite, a fim de conhecer de perto o trabalho de mulheres voluntárias que, após o parto, doam o leite excedente para salvar a vida de recém-nascidos.
Referiu que apesar da dedicação das doadoras, a produção ainda é insuficiente para atender à crescente demanda.
“Há dias em que conseguimos apenas 500 ml, mas esse volume pode alimentar até 10 ou 15 bebês”, concluiu