OPaís
Ouça Rádio+
Ter, 16 Dez 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Ouça Rádio+
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

Vitória pirrônica: quando a destruição de um inimigo semeador do caos se torna uma catástrofe maior

Jornal OPaís por Jornal OPaís
4 de Julho, 2025
Em Opinião

O ataque israelitade 7 de junho de 2025 contra as instalações nucleares de Natanz – o mais devastador desde o assassinato de cientistas iranianos em 2020 – marcou a transição de uma “guerra nas sombras” para confronto aberto.

Poderão também interessar-lhe...

Carta do leitor: A atitude do agente regulador de trânsito

É de hoje…A última conversa com Jardo Muekalia

OGE 2026

O Irão respondeu com o primeiro ataque directo contra Israel desde a Revolução Islâmica e o bloqueio simbólico do Estreito de Ormuz (afectando 18% do comércio marítimo global).

Em 2025, o Oriente Médio aprendeu da pior forma que algumas ameaças existenciais não têm soluções militares – apenas gerenciamento de crises. O verdadeiro teste agora é saber se Washington e Telavive entenderão isso antes que o depósito de pólvora exploda de vez.

O desejo secreto de certos círculos em Telavive e Washington – uma vitória militar israelita que implodisse o regime iraniano – é compreensível face à ameaça existencial que Teerão representa. Contudo, sonhar com esse desfecho é como desejar um incêndio controlado num depósito de pólvora.

As consequências geopolíticas de um “sucesso” israelita seriam tão profundas e imprevisíveis que o Oriente Médio emergente poderia fazer o actual parecer um oásis de estabilidade. E a ironia trágica deste conflito é que:

1. Se Israel vencer herda um Irão em colapso com armas nucleares à venda no mercado paralelo;

2. Se o Irão vencer legitima o eixo de resistência desde o Iêmen até Gaza;

3. Se ninguém vencer o conflito é congelado com sanções totais, resultando numa crise econômica global. 1. O Fantasma do Caos Regional (e a Ilusão da Ordem): A queda de Teerão desencadearia não uma primavera democrática, mas um inverno de conflitos sectários e disputas de poder.

O “Eixo da Resistência” (Hezbollah, Houthis, milícias iraquianas) não se evaporaria; fragmentar-se-ia em células armadas desesperadas, transformando o Líbano, o Iémen e o Iraque em campos de batalha ainda mais ferozes.

A Síria, já esquelética, ruiria definitivamente. A falsa promessa? Que a Arábia Saudita ou o Egipto preencheriam o vácuo. Riad, engessada pela sua própria transição frágil e pelo fantasma da rivalidade com a Turquia e o Qatar (ansiosos para expandir o islamismo sunita), não teria capacidade – ou legitimidade – para impor ordem.

Israel, após uma vitória táctica monumental, encontraria um ambiente regional mais tóxico e imprevisível do que nunca, com o ódio anti-israelita a atingir novos patamares históricos.

2. Petróleo: A Volatilidade como Nova Normalidade: A ideia de um Irão pós-revolucionário, pró-Ocidente e bombeando 4 milhões de barris/dia para baixar os preços é um conto de fadas perigoso.

A realidade seria: – Pânico Imediato, pois haveria ameaças ao Estreito de Hormuz (mesmo por grupos remanescentes) e sabotagens fariam os preços disparar para níveis estratosféricos, estrangulando economias globais.

– Instabilidade Permanente, uma vez que a transição seria longa e sangrenta. Quem controlaria os campos de petróleo? Governo provisório? Milícias tribais? Grupos separatistas? A incerteza seria o maior prêmio de risco do mercado.

– OPEP em Frangalhos, isto é, s saída do Irão (2º maior reserva da OPEP) destruiria o já frágil equilíbrio OPEP+, entregando às Arábia Saudita um poder temporário que seria um convite à desunião e a traições entre produtores. 3. Rússia e China: Os Grandes Perdedores (Tácticos) e Aventureiros (Estratégicos) Moscovo perderia seu aliado regional mais crucial, pois o canal para contornar sanções estaria bloqueado. O mercado de armas de alto valor e a influência na Síria seriam severamente comprometidos.

Pior: um Irão produtor e estável inundaria o mercado, derrubando preços e minando o já combalido orçamento russo, dependente do petróleo. A “vitória” do Ocidente seria um pesadelo económico para o Kremlin.

Para Pequim, o Irão não é um fornecedor de petróleo (10% das importações); é a pedra angular da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) no coração da Eurásia. Investimentos de dezenas de milhares de milhões evaporariam e a solução seria tentar realinhar-se apressadamente com a Arábia Saudita e acelerar rotas alternativas (ex.: Corredor China-Paquistão), mas com um custo estratégico imenso e anos de atraso. A humilhação geopolítica seria profunda.

Conclusão: O Preço Proibitivo da Vitória

Sonhar com a queda do regime iraniano por acção militar israelita é subestimar grotescamente a lei dos efeitos colaterais não intencionais. O que emergiria das cinzas não seria um Irão dócil e estável, mas um buraco negro de caos que sugaria toda a região para uma nova espiral de violência sectária, desestabilizaria a economia global através do petróleo e forçaria uma reconfiguração geopolítica traumática para potências como a Rússia e, sobretudo, a China.

A lição do Iraque e da Líbia deveria ser clara: derrubar regimes autoritários em sociedades complexas e fracturadas não abre caminho para a democracia, mas para o inferno.

Israel poderia eliminar um inimigo, apenas para se ver rodeado por um cemitério de Estados falhados e ódios ainda mais radicais. Algumas vitórias são, na verdade, derrotas disfarçadas.

Esta seria a definição de uma Vitória Pirrônica – onde o custo da conquista supera catastróficamente o seu benefício. A região não é um tabuleiro de xadrez onde peças são removidas sem consequências; é um campo minado onde um único passo em falso pode detonar tudo.

Por: ALEXANDRE CHIVALE

Jornal OPaís

Jornal OPaís

Recomendado Para Si

Carta do leitor: A atitude do agente regulador de trânsito

por Jornal OPaís
16 de Dezembro, 2025
Carlos Augusto

À coordenação do jornal OPAÍS, saudações e votos de óptima terça-feira! A Polícia Nacional é um órgão vocacionado para manter...

Ler maisDetails

É de hoje…A última conversa com Jardo Muekalia

por Dani Costa
16 de Dezembro, 2025

Já nos tínhamos encontrado antes em Luanda. Depois do fim do conflito armado no país, havia sempre a curiosidade de...

Ler maisDetails

OGE 2026

por Jornal OPaís
16 de Dezembro, 2025

O Orçamento Geral do Estado (OGE) é o documento financeiro e económico de um país. Por um lado, prevê receitas,...

Ler maisDetails

O ensino do português: grandes diferenças

por Jornal OPaís
15 de Dezembro, 2025

O ensino da Língua Portuguesa revela grandes diferenças que não podem continuar a ser ignoradas. Essas diferenças manifestam-se nos métodos...

Ler maisDetails
DR

Comportamento da economia angolana apresenta curva positiva

16 de Dezembro, 2025

Angola reafirma empenho político no combate à corrupção

16 de Dezembro, 2025
DR

Delegação brasileira acompanha programa conjunto de estímulo ao cultivo de grãos em Angola

16 de Dezembro, 2025

Esperança da Costa visita Instituto Nacional de Luta contra a SIDA

16 de Dezembro, 2025
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Ouça Rádio+

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.