Em função das múltiplas leituras interpretativas que se sustentam, primeiramente, a partir da realidade objectiva aferimos à luz do funcionalismo cognitivo que a educação e a cultura constituem-se como pilares sustentáveis na construção de saberes e na revitalização do conhecimento como motor de transformação da sociedade, do homem e suas obras, isto é, quer na dimensão estética, quer na dimensão antropológica, quer na dimensão espiritual, quer na dimensão ontológica, quer na dimensão humana.
Pois, não se pode, em circunstância alguma, cogitar-se o existencialismo construtivo de uma sociedade em que a educação e a cultura sejam, cada vez mais, marginalizadas das plenárias institucionais e quotidianas.
Ora, entendemos que a sociedade que se quer próspera, que pretende ombrear com outras nos diversos domínios da vida humana, por exemplo, científica, racional, artística e até ética, que se fundamenta como progressista, indubitavelmente, terá de fazer da educação e da cultura sistemas funcionais e de agenda colectiva.
Por isso, que aproveitamos para reafirmar, que tanto a educação como a cultura não devem ser mercantilizadas, não devem ser testadas a partir de uma visão afunilada e, sobretudo, não devem ser projectos de propaganda sob suspeição de colapsarem entre si e concomitantemente servirem de estanque do desenvolvimento desejado.
Logo, importa realçar, assim como a educação, a cultura não se define na rasoalidade com que se produz como modo de vida, tendo em conta a realidade, que desagrega, que desestrutura, que promove o disfuncionalismo geracional.
Queremos com isto dizer que, fazer da educação e da cultura instrumentos de formalidade institucional implica, substancialmente, o sinalizar do cavernismo na modernidade.
Daí que, à luz do funcionalismo, conformar a educação e a cultura em dispositivos de projecção de sociedade deve constituir-se em agenda de Estado na perspectiva acumulativa e vinculativa.
Nos dias que correm e com os enormes desafios do contexto, tanto no panorama estrutural como conjuntural, compreendemos que a educação e a cultura devem, de forma explicita e implícita, ser operacionalizadas como vectores de transformações significativas.
E entende-se, aqui, na perspectiva da vitalização do saber cultural em prol do desenvolvimento. Por ora, subscrevemos que a educação que não for capaz de se impor, de transformar, de revolucionar, de questionar, de refutar, de pensar, de criar espaços de/para cidadania, de/para civismo, de/ para cooperação, de/para solidariedade, de/para cultura da transposição de sujeito e, sobretudo, de/ para patriotismo obviamente que terá dificuldades em responder os problemas do seu tempo.
Assim, a educação e cultura são entendidas e devem ser vistas como antídoto contra o disfuncionalismo sociocultural, educativo e fundamentalmente geracional. Adendamos, que as marginalizar é subter-se ao fatalismo existencial.
Partindo do pressuposto que os actos humanos obedecem também a lógica da forma como se constrói a educação e de como se visualiza a cultura. Em outras palavras, o valor semântico e simbólico que se atribui as duas ferramentas de iluminação das sociedades. Pois, até como se perspectiva a educação está predicada a cosmovisão cultural das comunidades.
Por: HAMILTON ARTES