Numa altura em que a velocidade é medida em milissegundos e a força pode ser adulterada por um comprimido mal-intencionado, Angola decide jogar limpo. Com a publicação do Estatuto Orgânico da ANADA (Agência Nacional Antidopagem de Angola) e do Conselho de Disciplina Antidopagem, o país sobe ao pódio da ética no desporto. Sim, porque neste jogo que é a vida atlética, não basta correr mais. É preciso correr com verdade.
O ministro Rui Falcão sublinhou o essencial: garantir integridade, proteger atletas, honrar compromissos internacionais. Um país que pretende valorizar o talento não pode permitir que a trapaça dite resultados.
E assim, como um árbitro atento, surge a ANADA: reguladora, vigilante e com apito firme. Este passo não é apenas burocrático, é simbólico. Porque o desporto sem ética é apenas espectáculo.
E Angola quer mais do que isso. Quer glória limpa, suor legítimo e campeões que não precisem esconder frascos nos bolsos. A partir de agora, quem quiser brilhar no desporto angolano, que o faça com músculo, técnica… e consciência.
Não se trata apenas de uma actualização legal. Trata-se de um ajuste moral. O desporto, para ter sentido, precisa de ser verdadeiro, precisa que a vitória não seja comprada num laboratório, mas construída nos treinos, nas lágrimas e na disciplina.
Ao harmonizar a legislação nacional ao Código Mundial Antidopagem, Angola diz sim ao futuro, sim à integridade e sim aos atletas que escolhem o caminho mais difícil, mas mais digno. O ‘fair play’ ganhou corpo jurídico.
E com ele, cresce a esperança de que as próximas gerações de atletas angolanos possam competir em igualdade, protegidos por regras claras, sanções firmes e, sobretudo, pela certeza de que talento e esforço continuarão a ser os únicos ingredientes legítimos da vitória.
Por: Luís Caetano