O Mundial de Clubes FIFA 2025 deveria ser uma montra de afirmação do futebol africano. Quatro embaixadores do continente, Mamelodi Sundowns, Esperance de Tunis, Al Ahly e Wydad Casablanca, carregavam nos ombros a esperança de milhões e a ambição de mostrar que África já não é apenas uma promessa.
No entanto, o desfecho foi amargo: nenhum deles sobreviveu à fase de grupos. O que era para ser uma demonstração de força tornou-se um espelho das fragilidades. Táctica pouco refinada, intensidade intermitente e, acima de tudo, plantéis que, embora fortes, não conseguiram ombrear com o rigor técnico e físico das grandes equipas das Américas e Europa.
A verdade é que o talento existe, mas a consistência, a mentalidade competitiva e a preparação ainda estão longe do exigido a este nível. Al Ahly, gigante do Nilo, com pergaminhos continentais, caiu com dignidade, mas caiu.
O Wydad, sempre guerreiro, esbarrou na falta de soluções ofensivas. O Esperance pagou caro pela previsibilidade do seu futebol. Já os Sundowns, símbolo da organização sul-africana, mostraram flashes de qualidade, mas sucumbiram à falta de maturidade em momentos-chave. É um alerta. A presença africana aumentou em número, mas não em impacto competitivo.
A expansão do torneio trouxe mais vagas, mas não garantiu competitividade. Chegou a hora de repensar o investimento, o modelo de formação, a abordagem táctica e até a gestão do calendário desportivo.
O futebol africano precisa de mais do que paixão, habilidade e dança. Precisa de uma estrutura coesa, de exigência interna e de clubes que, ao pisar o palco mundial, estejam prontos não só para competir, mas para vencer.
Porque representar África é sempre uma honra, mas também responsabilidade. E o Mundial 2025, infelizmente, foi um capítulo a esquecer.
Por: Luís caetano