A proliferação de seitas religiosas é um fenómeno global que tem assumido contornos particulares em sociedades marcadas por crises económicas, fragilidade institucional e carência educacional. Em muitos países africanos, incluindo Angola, esse crescimento é impulsionado por um conjunto de factores interligados que vão desde a exclusão social à ineficácia das instituições tradicionais. Embora a liberdade religiosa seja um direito fundamental, a ascensão desordenada de grupos religiosos, com características sectárias, levanta sérias preocupações quanto às suas implicações para a coesão social, a economia e os direitos dos cidadãos. Este ensaio propõese a analisar os principais factores que promovem essa proliferação e a reflectir sobre as consequências económicas e sociais que dela decorrem.
Factores que Influenciam a Proliferação de Seitas Religiosas
1.1 Crises Socioeconómicas A pobreza extrema, o desemprego crónico e a exclusão social criam um terreno fértil para o surgimento de seitas religiosas. Diante da ausência de respostas concretas por parte do Estado, muitos indivíduos recorrem a grupos religiosos que prometem soluções rápidas, milagres e prosperidade imediata, oferecendo uma esperança simbólica em meio ao desespero.
1.2 Desconfiança às Instituições Tradicionais
A perda de legitimidade das instituições como igrejas históricas, partidos políticos, inclusive o próprio Estado, leva ao enfraquecimento dos vínculos de confiança da população. Nesse vazio institucional, surgem líderes carismáticos que oferecem discursos personalizados, promovendo uma espiritualidade emocional e acessível que atrai multidões.
1.3 Carência de Educação Formal
E Religiosa A falta de uma formação crítica, tanto em termos académicos quanto teológicos, torna parte significativa da população vulnerável à adesão de doutrinas distorcidas. A ausência de um pensamento reflexivo impede que muitos questionem práticas abusivas ou incoerentes com princípios religiosos tradicionais.
Por: ERMELINDO JOB