O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Tiago Dias, disse ontem, 30 de Junho, em Luanda, que o banco central tem registado um crescimento exponencial nos instrumentos alternativos de pagamento no país
Na conferência subordinada ao tema “Instrumentos Alternativos de Pagamento”, realizada com o objectivo de apresentar a visão geral sobre a evolução dos instrumentos e meios de pagamentos electrónicos disponíveis no Sistema de Pagamentos de Angola (SPA), Tiago Dias destacou o crescimento exponencial de instrumentos de pagamentos, mais cómodos, eficientes e seguros para os seus utilizadores.
Apontou, dentre os quais, o pagamento por referência; ordem de saque (instrumento de pagamento de utilização exclusiva do Estado que possibilita a realização da fase de pagamento da despesa); cartões de pagamento; transferências a crédito; moeda eletrónica que permite a disponibilização de fundos na conta do beneficiário e a confirmação ao ordenante.
Durante o evento, promovido no âmbito do Ciclo Anual de Conferências, foram abordados vários temas, com destaque para a visão geral sobre o Sistema de Pagamentos de Angola, Instrumentos Alternativos de Pagamento no contexto nacional e internacional, bem como a partilha de experiências sobre soluções tecnológicas disruptivas no sistema de pagamentos.
Tiago Dias referiu ainda que o Banco Nacional, em cooperação com a EMIS- rede partilhada de aceitação de cartões de pagamento tem se trabalhado para oferecer recursos tecnológicos inovadores, com maior comodidade, eficiência e segurança dos seus utilizadores, destacando o registo do crescimento exponencial de meios de pagamentos alternativos, no país, baseados em boas práticas internacionais.
Segundo o governador do BNA, o sistema de pagamentos de Angola processou, em 2024, 2,5 mil milhões de operações com instrumentos de pagamentos electrónicos, resultando um montante de 74 mil milhões de kwanzas.
Segundo ele, os números representam um crescimento de 35% em relação ao ano anterior, evidenciando o aumento da utilização de meios digitais de pagamento no país.
Benefícios para zungueiras Por sua vez, a presidente da Associação de Zungueiras de Angola, Aguinalda Dala, assinalou a segurança e simplicidade dos instrumentos.
Disse que, com essa revolução, a passagem para o digital, um dos benefícios para as comerciantes é o facto de acabar com os problemas da falta de troco, porque com cartão na carteira o cliente paga o valor real sem precisar de troco.
A referida conferência contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais ligados a Bancos Centrais, bem como representantes de instituições públicas e privadas, do Conselho de Supervisores do Sistema Financeiro, de instituições financeiras bancárias e não bancárias, associações empresariais, académicos, empresários e comerciantes.
O momento de encerramento do evento foi presidido pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, que também destacou as vantagens que os instrumentos alternativos de pagamento apresentam. Importar referir que a Lei Orgânica do Banco Nacional de Angola (BNA), Lei nº 24/21, de 18 de Outubro, estabelece que o Banco Central é responsável por assegurar o adequado funcionamento e organização dos sistemas de pagamentos e de compensação, regulando-os, fiscalizando-os e promovendo a sua eficácia.
A Lei do Sistema de Pagamentos de Angola, Lei nº 40/20 de 16 de Dezembro, detalha no seu artigo 6º as competências do banco central no âmbito do sistema de pagamentos no que concerne à função de superintendência e regulação, com o objectivo de garantir o cumprimento dos objectivos de interesse público, de modo a assegurar a estabilidade das instituições financeiras e dos mercados.
Na prossecução dos objectivos de segurança e eficiência do sistema de pagamentos, o BNA cooperará com outras autoridades relevantes e com bancos centrais de outros países, nomeadamente no âmbito da SADC, que aliás, se fizeram presentes na conferência subordinada ao tema “Instrumentos Alternativos de Pagamento”, realizado na âmbito dos 50 anos de independência de Angola.
Por: José Zangui