O presidente da comissão executiva do Banco de Fomento Angola, Luís Roberto Gonçalves, revelou, em um cocktail com empresários, em Benguela, que a carteira de financiamento no ano passado se cifrou em mais de 200 mil milhões de kwanzas (200 milhões de USD), ao sinalizar que, nos últimos tempos, há uma tendência de crescimento de cenário, dando como exemplo a implementação de mecanismos como os Avisos Número 9 e 10, do Banco Nacional de Angola, por via dos quais se apela ao financiamento da economia angolana
Alguns agricultores têm vindo a reclamar daquilo que consideram ser excessiva burocracia na concessão de crédito, que, na óptica de muitos, emperra o desenvolvimento do país.
O empresário do agro-negócio Nelson Rodrigues admite dificuldades neste particular, sendo que a preocupação dele passa pela obtenção de crédito para a compra de equipamentos, apontando o sector em que ele actua como aquele a que os bancos mais resistem na hora de concessão de crédito. «Eu acredito que é por causa dos custos. Os agricultores estão com um investimento muito pequeno.
Eu acho que a rentabilidade para pagar ao banco não vai justificar», justifica, para quem esse quadro acaba por prejudicar empresários desse segmento de negócio. O presidente da comissão executiva do BFA está consciente dessas reclamações de produtores, com destaque para os do ramo agrícola.
Luís Roberto Gonçalves justifica que a relação com os clientes é de todo relevante para sua instituição bancária, ao considerar ser necessário continuar a responder, de uma forma mais directa, àquilo que são as suas necessidades.
«Há um desafio enorme da parte da estrutura do banco de conseguir garantir e reduzir as dificuldades que os clientes têm na relação com o banco», refere. De acordo com o responsável, estrategicamente, temse trabalhado para que aquela entidade financeira seja mais simples e próxima aos clientes e «estamos confiantes de que o banco vai conseguir acompanhar o ritmo das necessidades dos clientes».
Questionado sobre para quando a privatização da parte pública das acções do BFA, o responsável disse não dispor de muitas informações para o consumo público relativamente ao assunto em questão.
O que ele conseguiu revelar – e porque é de domínio público constantes à luz de decretos presidenciais – é a relativa à intenção de alguns accionistas, com destaque para Unitel, de vender a sua participação.
«Agora não temos mais informação com mais detalhes. Quando tivermos, vamos acabar por comunicar ao mercado – e a vocês jornalistas – podemos estar juntos e explicar um bocado como é que esta operação poderá acontecer», refere.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela