O Museu do Aljube, em Lisboa, vai acolher, a partir do dia 14 do corrente mês, um evento especial em homenagem aos 50 anos das independências africanas, com foco na figura de Mário Pinto de Andrade, pensador, poeta, activista angolano e fundador do MPLA, partido que governa o país desde a independência.
Enquadrado nas celebrações do Mês de África, o evento vai destacar o contributo desta figura na promoção e expansão dos movimentos pan-africanistas cujas influências tiveram reflexos no sector político, social, educacional, histórico e cultural.
A programação estende-se por dois dias, de 14 a 15 do mês em curso, e convida o público a revisitar o papel da cultura e da produção intelectual na luta pela libertação colonial.
No primeiro dia do evento, de acordo com a programação, será exibido um documentário sobre Mário Pinto de Andrade, realizado por Billy Woodberry, cineasta norte-americano nascido em Dallas e um dos fundadores do movimento cinematográfico L.A. Rebellion.
O filme destaca o legado de Mário Pinto de Andrade e convida o público a reflectir sobre os 50 anos de independência de Angola, abrindo uma ponte entre o passado revolucionário e as discussões políticas e culturais do presente.
Já no dia seguinte, 15 de Maio, realiza-se uma mesa redonda com o tema “Revolução é um acto de Poesia – Independência, Cultura e Identidade Africana”.
O debate terá um formato intergeracional e propõe-se a reflectir criticamente sobre os desafios pós-independência, a relação entre cultura e resistência, e o pensamento humanista de Mário Pinto de Andrade, um dos grandes nomes da intelectualidade africana do século XX.
Curta biografia Mário Coelho Pinto de Andrade nasceu a 21 de Agosto de 1928, no Golungo Alto, província do Cuanza-Norte e morreu a 26 de Agosto de 1990, em Londres, no Reino Unido.
Foi um filólogo, sociólogo, ensaísta, escritor, poeta, militar, teórico e ideólogo anticolonial angolano. Defensor e promotor dos movimentos independentistas e de libertação dos países africanos, é um dos co-fundadores do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
No panorama literário mantinha o pseudónimo de “Buanga Felé”, com o qual assinava as suas obras, textos poéticos e ensaios destinados à literatura e ao teatro.