A semântica, ramo da linguística responsável pelo estudo do significado das palavras, expressões e enunciados, constitui um dos pilares essenciais da comunicação eficaz. No contexto da língua portuguesa, a semântica se apresenta como um instrumento ideal para garantir clareza, precisão e coerência nas interações verbais e escritas. Ao compreendermos os sentidos possíveis de uma palavra ou frase, evitamos ambiguidades, mal-entendidos e distorções na troca de mensagens, favorecendo, assim, a construção de discursos mais objetivos e compreensíveis.
A comunicação não é apenas o ato de falar ou escrever, mas, sobretudo, o de ser compreendido. Nesse processo, a semântica do português desempenha um papel fundamental. Por exemplo, palavras como “banco” podem se referir a uma instituição financeira ou a um assento, dependendo do contexto.
A interpretação correta depende do conhecimento semântico. Da mesma forma, frases com duplo sentido ou linguagem figurada exigem do falante e do ouvinte uma atenção especial ao significado. Portanto, conhecer o valor semântico CARTAZ das palavras favorece a interpretação adequada de textos orais ou escritos e amplia a competência comunicativa dos falantes. No contexto angolano, essa importância se intensifica. Angola é um país multicultural e multilingue, com mais de 40 línguas nacionais reconhecidas e diversas realidades sociolinguísticas.
O português, embora seja a língua oficial, é falado com particularidades próprias em cada região. Termos que em Luanda têm determinado sentido podem assumir significados diferentes nas províncias do Huambo, Uíge ou Benguela. A semântica, nesse cenário, torna-se uma ferramenta estratégica para o ensino da língua portuguesa como segunda língua e para a promoção da unidade nacional através de uma comunicação eficiente.
Além disso, é por meio da semântica que se constrói o diálogo entre o português europeu, padrão de base normativa, e o português falado em Angola, que carrega traços culturais locais e expressões próprias do dia a dia, como “bazar”, “kota”, “bué” ou “já agora”. Compreender esses usos e seus significados enriquece o vocabulário e permite uma comunicação mais próxima, inclusiva e significativa. Outro ponto relevante é o papel da semântica na formação de bons argumentadores, educadores, líderes comunitários e escritores.
Saber escolher termos apropriados ao contexto, reconhecer sentidos figurados, ambíguos ou implícitos contribui para que a mensagem seja não apenas transmitida, mas acolhida com clareza e impacto. Em ambientes acadêmicos, políticos, administrativos e jornalísticos, esse domínio se mostra ainda mais indispensável, sobretudo num país que busca consolidar uma identidade linguística própria e ao mesmo tempo integrada à lusofonia.
Portanto, a semântica do português representa mais do que um campo de estudo: é uma ferra- menta de humanização e aperfeiçoamento das relações comunicativas. Em Angola, seu valor é ainda mais evidente, pois promove a inclusão, a valorização das diversidades regionais e o fortalecimento da cidadania. Investir no ensino e na prática consciente da semântica é investir numa sociedade mais coesa, compreensiva e capaz de dialogar com o mundo sem perder suas raízes.
POR: MARCOS DALA