Numa altura em que se projecta a realização no próximo mês, nesta cidade, da feira internacional “Expo Cabinda/2025” para promover o ambiente de negócios e o desenvolvimento da região, uma parte das empresas locais reclama o pagamento de uma dívida pública avaliada em cerca de 74 mil milhões de kwanzas, contraída pelo governo provincial, através de prestação de diversos serviços
Para além dos 74 mil milhões de kwanzas em dívida, o governo provincial de Cabinda deve ainda aos empresários locais um valor adicional de sete milhões de dólares a 303 empresas, uma dívida contraída entre 1996 e 2012.
Para além da dívida pública referente à prestação de serviços ao Estado, a outra despesa é proveniente do arrendamento de casas de particulares ao governo provincial de Cabinda que se converteram em esquadras policiais nos bairros periféricos da cidade de Cabinda, com o intuito de aproximar a actividade da Polícia Nacional junto das comunidades, bem como para facilitar o combate à delinquência e a criminalidade.
Estão nestas condições dez imóveis, cinco delas já compradas pelo Estado, mas sem a conclusão de pagamento, e as outras cinco ainda em regime de arrendamento, mas que têm o pagamento das rendas em atraso desde 2012.
Para reclamar a dívida junto das autoridades, os empresários criaram uma comissão “ad hoc” coordenada por Belchior Lanzo Tati, com a missão, tão-somente, de interagir entre o governo e os empresários para se encontrar uma solução em relação à tramitação dos processos sobre a dívida pública junto do Ministério das Finanças e os bancos.
Para Belchior Lanzo Tati, a maior preocupação reside no silêncio do governo em não liquidar a dívida, o que está a criar muitos transtornos ao nível das famílias e a falência das empresas, estando estas a encerrar as portas.
“Isto nos preocupa porque aumenta a delinquência no seio da juventude devido ao despedimento dos jovens trabalhadores, para além de desestruturar as famílias”, referiu.
De acordo com Belchior Lanzo Tati, dos 303 processos por pagar, cadastrados pela comissão, muitas dessas empresas não participaram das reuniões de concertação e nunca contribuíram nos gastos para suportar as acções destinadas a encontrar os mecanismos de solucionar o problema.
Por esse motivo, disse que: “A partir de agora só vamos ser porta-vozes das empresas que participam e que contribuem nas nossas movimentações Cabinda-LuandaCabinda para resolver o problema.” A nossa fonte não deu garantias de que o Governo poderá a curto ou médio pagar a dívida pública aos empresários de Cabinda.
Por: Alberto Coelho, em Cabinda