O centro de saúde do Mussulo deparou-se, ontem, com dois casos inéditos naquela circunscrição, o do nascimento dos primeiros trigémeos e o caso de uma criança que não tem os dois olhos. Quanto ao segundo caso, a Administração local sensibilizou-se com a situação e garante apoio total à família
Baudílio Vaz, administrador municipal do Mussulo, esteve ontem a visitar o centro de saúde deste município, com o objectivo de prestar apoio aos pais dos primeiros trigémeos nascidos naquela península.
Os pais dos trigémeos são desempregados, estando o progenitor a padecer de algum problema de saúde, pelo que carecem de apoio. É no mesmo centro onde o administrador e sua equipa se depararam com uma outra situação anómala, a de uma criança que nasceu sem os olhos e que também precisa de apoio.
A administração já está sensibilizada e vai disponibilizar apoio total a essa família. De acordo com o responsável máximo daquele município, que manteve uma conversa com a mãe e a própria menina, o seu pelouro vai garantir consultas, para entenderem o fenómeno que ocorreu com a criança, agora com 9 anos de idade, e ver de que forma conseguem ajudar a melhorar a condição de vida da pequena.
A mãe disse que a menina nasceu com essa condição.
O compromisso foi assumido pelo administrador, em entrevista à imprensa, após ter feito a entrega de enxovais para os trigémeos, que nasceram na madrugada de terça-feira, 24.
São três rapazes, de uma mãe desempregada, de 22 anos de idade, e um pai também desempregado por questões de saúde. “Viemos nos solidarizar com essa família, trouxemos um kit para cada bebê, que contempla fraldas, algumas vestimentas e leite, principalmente, porque, olhando para aquilo que é a situação, os bebês vão precisar necessariamente de leite sintético.
Pretendemos também, enquanto administração municipal, apadrinhar essas crianças e garantir que, até os seis meses a um ano, elas tenham um acompanhamento e apoio frequente com os kits”, disse.
A direcção municipal da saúde fez um trabalho preliminar e o pai das crianças já está incluído num plano de acompanhamento e tratamento da patologia que apresentou e, tão logo esteja melhor, será enquadrado dentro do mercado de trabalho local.
“Temos já algumas perspectivas de enquadrá-lo, vamos esperar que recupere. Mesmo a senhora também tão logo tenha condições de deixar as crianças a cuidado de outra, também vamos cuidar de arranjar um emprego digno para que eles possam não só depender do apoio do Estado, mas consigam se auto-sustentar”, garante.
A mãe dos trigémeos só teve uma consulta de seguimento, ou seja, deixou de vir às consultas, para além de o município não ter ecógrafo, por isso foi impossível saberem atempadamente o número de fetos.
Por outro lado, a administração local diz que tudo está a fazer para elevar aquele centro de saúde a hospital, e ser um hospital de referência. Por isso, estão a fazer um conjunto de melhorias constantes no centro, que está em obras.
O próximo passo é o de apetrechamento com meios e equipamentos que justifiquem o atendimento da população local. “Há uma necessidade grande de termos aqui um hospital municipal, dada a demanda.
Nós temos mais de 15 mil habitantes, então é necessário e urgente termos um hospital municipal aqui, no Mussulo”, disse a directora municipal da saúde, Teresa Jamba.