Nos dias de hoje, vivemos numa era onde a informação viaja mais rápido do que nunca. Num piscar de olhos, uma publicação nas redes sociais pode espalharse pelo mundo inteiro, alcançando milhões de pessoas antes mesmo que alguém tenha a chance de verificar se aquilo que está a ler é, de facto, verdade.
Este é um grande poder. E, como todos sabemos, com um grande poder vem uma grande responsabilidade. Nas últimas décadas, testemunhámos os enormes avanços que a tecnologia trouxe para as nossas vidas.
Mas também vimos o outro lado da moeda: a ascensão das fake news, da manipulação digital e da destruição de reputações baseadas em mentiras fabricadas.
A verdade é esta: as palavras têm peso. As mentiras têm consequências. E quando nos permitimos partilhar informações sem questioná-las, sem verificá-las, estamos a dar força a algo muito perigoso.
Estamos a permitir que as redes sociais sejam usadas não como ferramentas de conexão e progresso, mas como armas de desinformação e destruição.
Todos já ouvimos uma história que parecia chocante demais para ser falsa. Todos já vimos uma manchete tão escandalosa que parecia exigir uma reação imediata. E, muitas vezes, sem sequer pensar, clicamos no botão de “partilhar”.
Mas deixem-me perguntar: quantos de nós param para verificar a veracidade dessa informação antes de a espalhar?
Nos Estados Unidos, vimos como a desinformação pode ser usada para dividir comunidades, para influenciar eleições, para incitar violência.
Vimos pessoas a serem difamadas com base em teorias da conspiração sem qualquer fundamento. E esse não é um problema exclusivo de um País.
É uma ameaça global. Uma ameaça à democracia. Uma ameaça à coesão social. Ser jovem hoje significa crescer num mundo onde a informação está ao alcance de um toque no ecrã. Isso significa ter um acesso sem precedentes ao conhecimento, à história e aos factos.
Mas também significa ter a responsabilidade de discernir o que é real e o que é fabricado. O carácter de uma sociedade não se mede apenas pelo que dizemos em público, mas pelo que fazemos quando ninguém está a ver.
Da mesma forma, o carácter de um indivíduo não se mede apenas pelas suas palavras, mas pela sua integridade — pela sua capacidade de reconhecer um erro, de procurar a verdade e de se recusar a ser um instrumento da mentira.
O Que Podemos Fazer?
Sejamos claros: não precisamos aceitar este estado de coisas como inevitável. Podemos e devemos fazer melhor. Verificar antes de partilhar – Se uma notícia parece extrema, alarmante ou inacreditável, pare e pergunte: “Isto é mesmo verdade?” Procure fontes confiáveis antes de a espalhar. Valorizar a transparência – Quando alguém erra, a grandeza está em assumir a falha e corrigir o caminho.
Construir, não destruir – As redes sociais podem ser usadas para educar, inspirar, conectar. A pergunta que todos devemos fazer é: “A minha presença online está a contribuir para um debate saudável ou estou a alimentar o caos?”
Jovens, o mundo precisa de vocês. Precisa da vossa energia, do vosso compromisso com a verdade, da vossa recusa em aceitar um mundo onde as mentiras definem a realidade. Porque a verdade não é uma questão de opinião.
A verdade não é um detalhe opcional. A verdade é a base sobre a qual se constrói uma sociedade justa, um governo funcional, uma democracia forte.
E a verdade começa connosco. Com cada um de nós. Então, antes de partilhar aquela próxima publicação, antes de clicar no botão de “gosto”, antes de acusar alguém com base num rumor… parem. Reflictam. Perguntem-se: “Isto é verdade?
Estou a ser justo? Estou a ser responsável?” Se conseguirmos fazer isso juntos, então estaremos a construir algo maior.
Algo que pode resistir a qualquer mentira, a qualquer manipulação. Estaremos a construir um futuro onde a verdade — e apenas a verdade — seja a base da nossa sociedade. E isso, meus amigos, é um futuro pelo qual vale a pena lutar.
Por: EDGAR LEANDRO